Efeito estufa põe patrimônios da humanidade em risco
2006-11-08
Diversos locais declarados Patrimônio da Humanidade podem estar ameaçados pelas conseqüências da mudança climática global, segundo um estudo apresentado ontem em Nairóbi. "O Atlas da Mudança Climática", elaborado pelo Instituto Ambiental de Estocolmo, com o apoio do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), foi divulgado na reunião da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática e o Protocolo de Kyoto, que reúne, durante duas semanas, 5 mil participantes na capital queniana.
No caso do Parque Nacional de Doñana, na Espanha, o relatório indica que já foram perdidas cem espécies de plantas no último século. O derretimento acelerado das geleiras pode causar a ruptura de lagos glaciais, e ameaça o parque Chavín de Huantar, no Peru, que abriga tesouros pré-incas, incluindo templos que datam do ano 900 a.C. Em Belize, a barreira de corais já sofreu descoloração devido ao aumento das temperaturas da água do mar, assim como diversos outros corais em todo o mundo, e continuará se deteriorando, caso as temperaturas sigam aumentando.
"Estes dados representam um novo exemplo de que a mudança climática não é um fenômeno que afeta apenas um aspecto de nossas vidas", disse Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma. "Na África, vemos exemplos claros da diminuição das neves e das geleiras do Kilimanjaro e do Monte Quênia", explicou Joseph Massaquoi, diretor do Escritório Regional para a Ciência e a Tecnologia na África da Unesco.
Outros locais catalogados como Patrimônio da Humanidade incluídos no relatório são os monumentos da cidade egípcia de Alexandria, ameaçados pela erosão do litoral e a inundação do delta do rio Nilo. Na Tailândia, as inundações já danificaram as ruínas de Sukothai, com 600 anos de antiguidade, enquanto 12 mil sítios arqueológicos e do período medieval na Escócia estão vulneráveis à erosão e ao aumento do nível do mar.
(EFE, 07/11/2006)
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