As estimativas apontam para um cenário mundial alarmante. Atualmente, o planeta abriga mais de 6 bilhões de habitantes. Concentradas, sobretudo nos centros urbanos, essas pessoas geram, todos os dias, cerca de 3 bilhões de quilos de resíduos. Onde colocar tudo isto? A solução mais inteligente é reduzir o consumo de embalagens, reciclar e aproveitar.
A quantidade diária de lixo urbano coletado no Brasil é de 228.413 toneladas, o que representa 1,2 quilos diários por cada um dos cerca de 187,4 milhões.
O Brasil recicla apenas 10% de todo o resíduo que produz, índice que, comparado a outras nações, coloca o Brasil em uma posição "regular". Os destaques são o excelente desempenho na reciclagem de latas de alumínio e, um pouco menor, a de embalagens Longa Vida.
- Nossos índices são animadores e nos incentivam a continuar trabalhando para colocar o Brasil na liderança - avalia o diretor do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Crempre), André Vilhena.
O avanço da coleta seletiva no Brasil
Hoje, 327 prefeituras operam programas de coleta seletiva no país. Vale destacar que o Brasil possui 5.563 municípios - ou seja, a coleta seletiva ocorre em menos de 6% das cidades brasileiras. Como ela abrange muitos dos municípios mais populosos, cerca de 25 milhões de brasileiros têm acesso a esses programas.
Segundo Vilhena, apesar da evolução no número de prefeituras com coleta seletiva e do aumento da parceira com cooperativas de catadores, permitindo melhorias de caráter operacional e reduções de custos, o Brasil ainda está longe do ideal.
Ele lembra que muitos programas municipais sofrem desvio de materiais recicláveis colocados na calçada, devido à ação de catadores autônomos e sucateiros informais.
- Também há prefeitos que deixam de fazer investimentos na coleta seletiva porque acreditam que essa iniciativa não traz retorno político - complementa o diretor do Cempre.
(Por Viviane Bevilacqua,
Diário Catarinense, 06/11/2006)