Estiagem causa morte de mil orangotangos na Indonésia
2006-11-07
Estima-se que mil orangotangos tenham morrido na Indonésia durante a estação de estiagem este ano, em que os incêndios florestais provocaram uma espessa camada de fumaça que encobriu grandes áreas do Sudeste Asiático, afirmou na segunda-feira (06/11) um grupo conservacionista.
Os incêndios que atingiram a região indonésia de Bornéu deixaram os orangotangos sem alimentos, e obrigaram-nos a invadir os assentamentos humanos. Ali, eles normalmente são combatidos porque atacam as plantações, afirmou a Fundação para a Sobrevivência do Orangotango, de Bornéu.
"Os orangotangos estão famintos. Estão doentes e muitos dos que estamos tratando ficaram feridos ao ser atacados com facões", disse Willie Smits, da fundação. Segundo ele, muitos animais também tiveram problemas respiratórios. Ele disse que 120 orangotangos doentes já receberam tratamento em três centros conservacionistas nos últimos três meses, e de 10 a 15 morreram. Segundo a estimativa do especialista, mil orangotangos morreram durante a estiagem deste ano.
Os orangotangos vivem nas ilhas de Bornéu e Sumatra, mas a invasão de seus habitats por seres humanos e o desmatamento estão ameaçando sua existência. Em 2002, estimava-se que houvesse 56 mil orangotangos selvagens, mas essa população vem caindo à taxa de 6 mil ao ano, afirmam os conservacionistas.
As fortes chuvas amenizaram os incêndios em Kota Waringin Barat, em Bornéu, onde vivem cerca de 6 mil orangotangos, e no parque nacional de Tanjung Puting, afirmou Bambang Darmaji, diretor do parque. Segundo ele, não havia fumaça no parque. Mas o aeroporto de Palangkaraya, capital da Província de Kalimantan Central, permanecia fechado devido à visibilidade escassa, disse o diretor do aeroporto, Jamaluddin Hasibuan.
A maioria dos incêndios é provocada por queimadas intencionais. Os países vizinhos à Indonésia, Cingapura e Malásia, estão cada vez mais insatisfeitos com a fumaça provocada pelos incêndios, temendo a repetição da nuvem de fumaça que causou grandes prejuízos em 1997-98.
(Reuters, 07/11/2006)
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