Usina eólica de Osório festeja rajadas de até 80 km/h
2006-11-07
Nem os velejadores mais experientes conseguiram controlar suas pranchas na Lagoa dos Barros, em Osório, no último dia do feriadão de Finados. Uma ventania fortíssima, com rajadas de até 80 km/h, não deu chance para os raros gatos pingados que ousaram tentar bater o recorde gaúcho de velocidade sobre uma prancha de windsurf - a liderança continua com Décio Renck com os 66,6 km/h obtidos em outubro no Laranjal, na Lagoa dos Patos, em Pelotas.
Se o deus dos ventos quiser, o recorde poderá ser batido no próximo feriado, de 15 a 19 deste mês, na etapa do campeonato marcada para a raia da Windfly na Lagoa dos Barros. A principal disputa será pelo troféu Dono do Vento, atribuído ao mais rápido da jornada.
Nesse feriadão, ele fez gato e sapato dos que pretenderam se divertir às suas custas. A quinta, a sexta e o sábado foram de calmaria a maior parte do tempo. Bom apenas para aprendizes. Ao entardecer de sábado um incomum vento leste varreu as nuvens do céu, chegando a expor a Lua crescente na madrugada de domingo, mas ninguém contava com a fúria do nordestão ao longo do último dia do feriado.
Ruim para os esportistas, ótimo para a usina eólica de Osório, que segue operando sem parar os seus 50 primeiros aerogeradores nesta sua temporada de estréia no corredor dos ventos do litoral norte. Na última etapa da obra, na Lagoa dos Índios, já estão prontos 15 dos 25 cata-ventos projetados. A Ventos do Sul Energia tem 45 dias para montar os 10 últimos aparelhos, o que também não deixa de ser uma corrida contra o tempo e o vento.
Informações de cocheiras vizinhas aos grandes cata-ventos instalados em Osório asseguram que os empresários eólicos espanhóis estão satisfeitíssimos com a performance do seu primeiro parque no Brasil. O mesmo não se pode dizer dos seus parceiros alemães. Estes estariam inclinados a passar a fazer em Portugal os grandes componentes de concreto (para as torres) que fabricaram em Gravataí, nas instalações da Ernesto Woebcke, sem ter transferido os segredos dessa nova técnica de construção. Se essa decisão for confirmada, o Rio Grande do Sul dará um passo atrás na engenharia de equipamentos para a produção de energia eólica.
(Por Geraldo Hasse, especial para o Ambiente JA e Jornal JA, 06/11/2006)