Apenas um período chuvoso poderá minimizar a quantidade de sal encontrada na água que abastece Itajaí. Com o nível baixo dos manancias dos rios Itajaí-Mirim e Canhanduba, o Serviço Municipal de Água, Saneamento Básico e Infra-estrutura (Semasa) não consegue impedir o avanço da água do mar durante as cheias e ressacas.
O problema se agravou esta semana com a queima de uma moto-bomba, instalada a dois quilômetros do ponto de captação, para reduzir a coleta de água salgada. O maquinário foi levado ao Rio Grande do Sul, na fabricante Higra, e foi reinstalado na quarta-feira (1/11).
Mesmo assim, os boletins de qualidade da água emitidos pelo Semasa registraram picos de cunha salina até nove vezes a mais que o permitido pelo Ministério da Saúde, ontem. Caso não chova, a comunidade terá que aguardar a conclusão da barragem no canal retificado do Rio Itajaí-Mirim.
De acordo com o chefe de gabinete da prefeitura, Adiel Truppel, as obras estão previstas para acabarem em dezembro, embora o prazo estipulado no contrato de concessão agende a entrega do dispositivo em fevereiro. A barragem terá custo de R$ 4,5 milhões, sendo que R$ 3,2 milhões foram repassados pela União.
Enquanto isso, os moradores devem se armar de paciência e de resistências elétricas. Para diminuir o estresse causado pelos constantes estragos no chuveiro da suíte de casa, o aposentado Miguel José da Silva retirou a ducha e não irá mais repô-la. Banho, apenas no banheiro social.
- Só compro, agora, resistência para um banheiro - disse.
Silva e a mulher gastam, por semana, um galão de 20 litros de água mineral para fazer o café, a comida e escovar os dentes. Há oito meses o aposentado também só lava a cabeça com água mineral.
A Semasa mantém o atendimento à população, através do telefone gratuito 0800 645 0195, entre 7h e 19h.
(Por Camila Kniss,
Diário Catarinense, 04/11/2006)