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2006-11-03
A contínua diminuição da biodiversidade nos oceanos ameaça a sobrevivência e o bem-estar da humanidade, afirma um estudo publicado pela revista "Science". O trabalho, dirigido pelo cientista Boris Worm, do Departamento de Biologia da Universidade Dalhousie do Canadá, revela que com a diminuição da diversidade marinha aumentou o desaparecimento de recursos e diminuiu de forma exponencial o potencial de recuperação, a estabilidade e a qualidade de água.

Por outro lado, nos locais onde a biodiversidade foi restaurada, a produtividade quadruplicou. Durante quatro anos, os cientistas analisaram os dados de 32 experiências, revisaram as observações de 48 áreas marinhas protegidas, assim como os números de capturas globais de peixes e de invertebrados realizadas entre 1950 e 2003 pela FAO - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação.

"O que vimos é a aceleração da diminuição de espécies litorâneas no último milênio, o que provocou a perda da capacidade biológica de filtração e das pescas saudáveis", afirmou Heike Lotze, pesquisadora da Universidade de Dalhouise e que também participou do relatório. Estas informações levaram os autores do estudo, que é o primeiro a examinar todos os dados existentes sobre espécies oceânicas e seus ecossistemas, a uma conclusão inquietante.

"A perda da diversidade marinha está impedindo cada vez mais a capacidade de os oceanos proporcionarem comida, manterem a qualidade da água e de se recuperarem de perturbações. Ainda assim, os dados disponíveis sugerem que, por enquanto, estas tendências são reversíveis". No entanto, a humanidade não tem muito tempo para reagir.

Segundo o estudo, todas as espécies marinhas selvagens que são pescadas hoje em dia entrarão em colapso (termo que significa o desaparecimento de 90% dos exemplares) até 2050, caso não sejam tomadas medidas para evitar isto. "A menos que mudemos de forma fundamental a maneira como administramos todas as espécies oceânicas, este século será o último de espécies marinhas selvagens", declarou o professor da Universidade de Stanford (EUA) Steve Palumbi, outro dos autores do estudo.

Um dos dados mais alarmantes é que em 2003 29% das espécies pescadas tinham entrado em colapso. O professor Worm disse que qualquer aspecto observado pelos cientistas mostrava "a mesma imagem. Ao perder espécies perdemos a produtividade e a estabilidade de ecossistemas inteiros. Fiquei assombrado e preocupado sobre a consistência destas tendências".

Entretanto, como Palumbi e o estudo indicaram, o impacto da perda de espécies ultrapassa a diminuição do número de animais. A saúde humana também enfrenta mais riscos à medida que os ecossistemas litorâneos são cada vez mais vulneráveis a espécies que invadem estes espaços e provocam o aparecimento de doenças e a multiplicação de algas nocivas.

Segundo Palumbi, entre outras funções, os oceanos "recebem águas residuais e as reciclam em nutrientes, eliminam toxinas da água e produzem alimentos enquanto transformam dióxido de carbono em comida e oxigênio". Worm disse que a que a humanidade continua tendo tempo para mudar o futuro.

"Podemos mudá-lo. Porém, menos de 1% dos oceanos está protegido agora de forma efetiva. Não presenciaremos a total recuperação em um ano, mas em muitos casos as espécies se recuperam mais rapidamente do que o previsto, em três, cinco ou dez anos. E onde isto acontece, os benefícios econômicos são imediatos". Os resultados do estudo provocaram a reação de outros cientistas não ligados à pesquisa.

Peter Kariva, ex-responsável de Pesca do Governo americano e atualmente cientista da entidade "The Nature Conservancy", disse que "é impossível que o mundo proteja a biodiversidade sem este tipo de provas convincentes, que demonstram seu valor econômico".
(Efe, 03/11/2006)
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