Cooperativa já aproveita casca de coco verde
2006-11-01
Pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, encontraram novas alternativas para aproveitamento da casca de coco verde, resíduo de difícil degradação, foco de proliferação de doenças e responsável pela diminuição da vida útil de aterros sanitários nas grandes cidades. Os estudos sobre aproveitamento do material, encontrado em grande quantidade nas praias, em função do alto consumo da água de coco, começaram há oito anos.
Uma unidade de beneficiamento já funciona no bairro do Jangurussu, periferia de Fortaleza, com capacidade para processar 20 toneladas de casca/dia, informa pesquisadora da Embrapa de Fortaleza, Morsyleide de Freitas Rosa, responsável pelo projeto.
O gerenciamento fica com a Coopcoco, cooperativa criada dentro do projeto em julho do ano passado, com investimento de US$ 224,2 mil do Banco Mundial.
Os recursos foram aplicados na instalação da usina e na capacitação das 20 famílias envolvidas. Essa investida envolve ainda parcerias da ABBMar, secretaria do Trabalho e Empreendedorismo, Sebrae-CE, Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Controle Urbano, Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), Faculdade Christus, Companhia de Água e Esgoto (Cagece) e Coelce (concessionária de energia elétrica).
A pesquisadora observa que os equipamentos desenvolvidos para a unidade de processamento da casca de coco do Jangurussu permitem transformar os resíduos em fibra e pó. "Mais do que liberar o meio ambiente, os resíduos utilizados na produção de substrato agrícola, de composto orgânico e de vasos artesanais geram ocupação e renda para as famílias", assinala Morsyleide. Levantamentos indicam que 70% do lixo das praias nordestinas correspondem a esse tipo de material.
Já a fibra serve de matéria-prima para a confecção de artesanatos diversos e de mantas geo-têxteis, utilizadas na contenção de encostas e dunas.
(Por Adriana Thomasi , Agência Sebrae, 31/10/2006)
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