Os órgãos que compõem a força-tarefa criada pelo governador Germano Rigotto para buscar soluções para o Rio dos Sinos intensificaram ontem (30/10) a fiscalização na bacia hidrográfica. Pela manhã, a situação crítica motivou reunião de emergência no posto avançado de observação do Comando Ambiental da Brigada Militar, em Sapucaia do Sul. O secretário estadual do Meio Ambiente, Claudio Dilda, e o presidente da Fepam, Antenor Ferrari, vistoriaram a área degradada.

Devido aos altos índices de poluição, Dilda determinou o cumprimento rigoroso de duas portarias estaduais: a primeira obriga a redução de 30% dos efluentes lançados no rio pelas empresas situadas na sub-bacia do arroio Portão, enquanto a segunda proíbe por tempo indeterminado a retirada de água para irrigação de lavouras de arroz. A medida, aprovada pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, é válida quando o nível do rio atinge 50 centímetros. A Fepam e o Comando Ambiental da BM reforçaram a fiscalização nas empresas situadas nas margens do Rio dos Sinos e sobrevoaram a área para identificar pontos de lançamento irregular de resíduos.

O secretário estadual do Meio Ambiente avaliou que o Rio Grande do Sul nunca mais será o mesmo após o desastre ambiental ocorrido no dia 8 nas águas do Vale do Sinos. Segundo ele, os investimentos em saneamento ambiental se tornarão obrigatórios para solucionar o problema na fonte. "Daqui para frente, só teremos duas opções: resolver ou resolver", defendeu, numa referência à construção de unidades de tratamento dos esgotos domésticos e industriais. Conforme Dilda, a situação na região é a mais grave do Estado na área ambiental devido ao grande contingente populacional situado na bacia do rio do Sinos, estimado em 1,3 milhão de habitantes.

O presidente da Fepam, Antenor Ferrari, alertou que a situação tende a se agravar nas próximas semanas. "Estamos numa enfermaria. Se não houver chuvas adequadas, enfrentaremos dificuldades permanentes", disse. Ferrari reiterou a necessidade de integração de todos para reverter o quadro. Em 180 dias, os municípios que compõem a bacia hidrográfica do Rio dos Sinos deverão entregar à Fepam propostas de saneamento.
(Correio do Povo, 31/10/2006)
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