Biocombustível gera renda para produtores de girassol, soja e mamona em Bagé
2006-10-30
A produção do biocombustível já é uma realidade para pequenos produtores de girassol, soja e mamona da região de Bagé. Eles contam, há três meses, com uma nova indústria para extração de óleo dessas oleaginosas. A unidade beneficiadora foi apresentada em ato na fazenda Redenção, a 18 km do município, que reuniu, entre outros, agricultores, os prefeitos de Aceguá, Julio Pintos, e de Hulha Negra, Marco Ballejo Canto, e representantes da Associação/Sindicato Rural de Bagé, Emater e da Cooperativa Mista Aceguá Ltda (Camal). O projeto está sendo desenvolvido pelas famílias Médice e Fischoeder.
O produtor Nicanor Médice Filho, proprietário da Redenção, apresentou aos presentes a prensa horizontal hidráulica com sistema de filtro que serve para extrair o óleo vegetal. O subproduto é o farelo. A máquina esmaga 180 quilos de matéria-prima por hora e tem capacidade de extração de 300 quilos por hora. O equipamento foi fabricado no local e está sendo vendido, em empresas especializadas, por preço médio de R$ 60 mil a R$ 100 mil.
O processo de montagem da máquina teve a participação do também produtor Valdemar Fischoeder e durou cerca de três meses. Conforme Médice, já estão sendo atendidos alguns produtores da região com o beneficiamento de oleaginosas. Um produtor de Dom Pedrito forneceu os girassóis utilizados para a demonstração. Médice conta que, com a produção própria da fazenda Redenção, já foi possível extrair óleo para a movimentação do equipamento usado para a irrigação de pastagens e lavouras. Já o farelo extraído na prensa é utilizado na alimentação dos bovinos de corte e de leite da propriedade, que possui 65 hectares plantados com girassol.
Médice afirma que o óleo vegetal apresenta muitas vantagens ambientais pois não gera partículas poluentes formadoras da fumaça preta e o seu processamento não polui a atmosfera. Segundo ele, hoje o beneficiamento está sendo feito com girassol puro, mas a idéia é fazer uma mistura com concentrados de outras fontes para suplementação, como sorgo e milho. Quem desejar utilizar o serviço pode ligar para o (53) 9945-0436. "Com uma indústria como essa, abrimos a possibilidade de os agricultores direcionarem as produções para a transformação em óleos vegetais e farelos para alimentar animais", diz.
(Correio do Povo, 29/10/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp