Consulta pública de impacto ambiental sobre camelódromo deve ser realizada em novembro
2006-10-30
O projeto de criação do primeiro shopping popular de Porto Alegre terá mais uma etapa em novembro. A
prefeitura deve marcar nesta semana a data da consulta pública, onde será apresentado o estudo de impacto
ambiental do camelódromo aéreo para a comunidade. Após o encontro - que reunirá instituições como o
Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS) e associações de moradores - o Estudo de Viabilidade Urbana será
encaminhado à Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento (Cauge) da Secretaria de Planejamento Municipal
(SPM).
Estes passos burocráticos poderiam ser feitos após o lançamento do edital que escolherá a empresa responsável
pela construção e administração do shopping. "Optamos por antecipar essas etapas para dar mais segurança às
empresas interessadas. Assim, os empreendedores terão certeza de que a obra não parará por este tipo de
problema", disse o secretário de Produção, Indústria e Comercio da (Smic), Idenir Cecchim. Com isso, a
licitação ainda não tem data definida para iniciar. "O edital será lançado antes do fim de dezembro. O ano de
2007 será de obras", garantiu.
A retirada dos camelôs das ruas é considerada fundamental para a revitalização da região central de Porto
Alegre. O mesmo processo ocorreu em Belo Horizonte, que conseguiu terminar com o comércio informal de
ambulantes, que foram transferidos para os cinco shoppings populares da cidade. O mais famoso deles, o
Oiapoque, é um sucesso de público há mais de três anos. "A saída dos camelôs foi a ação definitiva para
viabilizar a recuperação do Centro", explica a consultora da Secretaria Municipal de Política Urbana da
prefeitura de Belo Horizonte, Maria Fernandes Caldas. No entanto, outros shoppings não tiveram tanto sucesso.
"Alguns não estão em uma localização tão boa e não recebem um público tão grande. Agora, nossa próxima meta
é realizar uma capacitação desses vendedores", explicou.
Segundo ela, paciência é a palavra-chave para que Porto Alegre conquiste seu objetivo. "Tem que haver
negociação, mas os camelôs têm que entender que as opções são aceitar o shopping popular ou sair das ruas",
disse. Outro ponto fundamental é evitar a volta da informalidade. "As denúncias vêm da própria população.
Nosso lema é tolerância zero", assegurou.
(Jornal do Comércio, 30/10/2006)
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