(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-10-30
Os contribuintes norte-americanos respondem por cerca de US$ 7 bilhões ao ano em subsídios para a indústria dos biocombustíveis líquidos, fundos que poderiam ser melhor aproveitados em outras tecnologias protetoras do meio ambiente e outras fontes de energia. Essa é a conclusão de um informe de 93 paginas do independente Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD). O trabalho indica que a indústria poderia receber mais dinheiro ainda, entre US$ 8 bilhões e US$ 11 bilhões anuais num futuro próximo, de autoridades federais, estaduais e municipais se forem mantidas as atuais políticas, apesar da evidencia de que a capacidade dos biocombustíveis para reduzir a dependência do petróleo do Oriente Médio e a emissão dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera é limitada.

O informe, divulgado quarta-feira com o título “Biocombustiveis, a que preço?”, alerta que as potenciais conseqüências negativas dos subsídios governamentais para a indústria não estão sendo consideradas. Além disso, os subsídios poderiam distorcer ainda mais a já altamente subvencionada economia agrícola, a produção em grande escala de insumos para biocombustíveis, sobretudo milho e soja, e as emissões das cada vez mais numerosas refinarias de etanol e biodiesel supõem uma nova ameaça para o meio ambiente da região central dos Estados Unidos.

Os subsídios também aumentam as preocupações sobre a crescente competição entre a produção de alimentos e a de combustível. Ao inclinar a balança em favor desta última, os preços internacionais dos alimentos aumentariam, com devastadores resultados para as populações pobres, sobretudo as que dependem da ajuda alimentar externa e das importações baratas. “As políticas agrícolas deveriam, uma vez mais, estar separadas das políticas energéticas”, conclui o trabalho, que reclama uma moratória de novos subsídios e propõe um plano para aplicá-los de forma gradual. “Devem ser usados enfoques mais eficientes para conseguir os insistentemente destacados objetivos de segurança energética e de redução das emissões de gases que causam o efeito estufa”, acrescenta.

O documento é o primeiro de seis estudos sobre subsidio a biocombustíveis comissionados pela Iniciativa Global de Subsídios (GSI) do IISD e dirigidos por Doug Koplow, fundador e chefe do Earth Track Inc., uma companhia norte-americana de investigação. Os próximos trabalhos serão sobre Austrália, Canadá, Grã-Bretanha, Suíça e União Européia. O informe foi divulgado no contexto de uma contínua paralisação das negociações comerciais internacionais da Rodada de Doha entre os países ricos e as nações do Sul em desenvolvimento, sobretudo no tocante aos subsídios agrícolas.

O estudo se concentra principalmente na compilação de informação sobre mais de 200 subvenções federais, estaduais e de governos locais à produção e ao consumo de biocombustíveis nos Estados Unidos. “Muitos desses subsídios estão mal coordenados e enfocados. Tudo indica que se acumulam sem que as autoridades tenham uma clara idéia de seu impacto potencial no meio ambiente e na economia”, alertou o diretor da GSEI, Simon Upton. O informe estima o valor total dos subsídios para os biocombustíveis entre US$ 5,5 bilhões e US$ 7,3 bilhões anuais, quantia equivalente aos fundos que o governo dá às produções de açúcar e algodão juntas.

Mais de 90% das subvenções apóiam a produção ou o consumo de etanol com base no milho. Estes subsídios aumentarão nos próximos anos porque a maioria deles estão presos à produção de combustíveis por parte de investidores privados, que cresce de forma acelerada, diz o estudo. Entre os biocombustíveis, o etanol é de longe o maior e mais antigo receptor de subsídios. Já nos anos 70, quando Washington balançava por um salto nos preços do petróleo, foram lançados vários programas destinados a reduzir a dependência do petróleo externo e se apelou para o etanol.

O mesmo argumento ,além do fato de os biocombustível emitir menos gases causadores do efeito estufa, está por trás do atual auge da indústria. Segundo Koplow, a capacidade de produção de etanol aumentou 40% desde o inicio do ano passado. Com subvenções governamentais entre US$ 5,1 bilhões e US$ 6,8 bilhões, a indústria do etanol produziu cerca de 16 bilhões de litros, segundo o relatório. Isto representa quase um sexto da colheita total de grãos do país, mas, menos de 3% do combustível para automóveis que se necessita.

Por outro lado, a produção de biodiesel, feita com base em óleos vegetais ou gordura animal, é muito recente, mas com crescimento rápido. Passou de apenas quatro milhões de litros em 2000 para 75 milhões no ano passado. Baseando-se nos atuais programas, o informe prevê que os subsídios anuais do governo nos próximos seis anos poderiam aumentar para US$ 8,7 bilhões para o etanol e a US$ 2,3 bilhões para o biodiesel, sem contar muitos planos públicos por centenas de milhões de dólares que acabam de ser colocados em prática.
(Por Jim Lobe, IPS, 27/10/2006)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=23983&edt=1

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -