As negociações entre os governos brasileiro e uruguaio sobre a implantação da fase D de Candiota, de uma conversora no país vizinho e de uma linha de transmissão que leve a energia produzida no Rio Grande do Sul até lá, serão retomadas na primeira quinzena de novembro. Segundo o presidente da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), Sereno Chaise, entre os dias 8 e 10 haverá uma reunião para tratar do assunto. "As perspectivas são boas, eles precisam de energia", afirma ele. Chaise revela que os uruguaios andaram interessados no projeto Seival, também em Candiota, mas a termelétrica acabou não participando do leilão de energia nova, ocorrido este mês. Nas negociações da fase D, um dos problemas foi o preço inicial apresentado. "Foi meio salgado", diz o presidente da CGTEE, informando que as planilhas serão revistas. Se o projeto, que é alvo de um grupo de trabalho bilateral, se confirmar, a nova usina terá capacidade de 300 MW, dos quais entre 160 MW e 200 MW se destinarão ao Uruguai. O restante será vendido no mercado interno.

Sereno Chaise conta uma curiosidade a respeito da reunião marcada para novembro. A maior probabilidade é que ocorra em Livramento, para driblar a burocracia oficial. É que, para sair de seus países, os representantes precisam de autorizações dos respectivos ministérios, publicadas nos diários oficiais.

Suspensas desde maio, as exportações de energia de Candiota para o Uruguai serão retomadas em janeiro. De acordo com o presidente da CGTEE, 30 MW irão através da conversora de energia de Rivera. Outros 45 MW terão que fazer um "passeio" pela Argentina, o que encarece o preço final da energia.
(Panorama Econômico - Denise Nunes, Correio do Povo, 28/10/2006)
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