Consema prorroga proibição para arrozeiros retirarem água dos rios Sinos e Gravataí
2006-10-30
O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) determinou na sexta-feira (27/10), na Capital, a prorrogação da medida que
proíbe que arrozeiros retirem água das bacias hidrográficas dos rios dos Sinos e Gravataí. Com validade por tempo
indeterminado, a medida é aplicada sempre que o leito dos rios atinge um nível crítico. O presidente do Consema, Valtermir
Goldmeier, explicou que a vazão da água é monitorada constantemente. "Existe um sistema interligado aos arrozeiros que
informa imediatamente quando a retirada de água deve ser suspensa", informou.
Na reunião do Consema, formado por 29 membros - representantes de órgãos governamentais, ONGs ambientalistas, universidades
e entidades privadas -, também foi decidido pedir aos arrozeiros que colaborem para a oxigenação da água com seus
equipamentos. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) relatou no encontro a proporção do desastre ambiental e as
ações desenvolvidas na área para minimizar os problemas.
O diretor técnico da Fepam, Jackson Müller, afirmou que a expectativa é de situação crítica no Sinos nos próximos meses.
"O rio já apresenta trechos com o nível muito baixo e a cada ano o período de estiagem ocorre mais cedo", relatou. Na
próxima semana, a possibilidade de uma estiagem será verificada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) junto a
institutos de meteorologia. Müller destacou que qualquer ação priorizará a vazão mínima do rio para garantir o
abastecimento da população e a vida das espécies.
Ontem, o presidente do Instituto Martim Pescador, Henrique Prieto, reafirmou que a quantidade de peixes mortos no Sinos foi
o dobro da retirada pela Fepam. Segundo ele, foram cerca de 160 toneladas, número superior às 86 toneladas recolhidas pelos
órgãos ambientais.
(Correio do Povo, 28/10/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp