Reino Unido nomeia Al Gore como assessor para mudança climática
emissões de co2
2006-10-30
O Governo britânico nomeou o ex-vice-presidente americano Al Gore como assessor para a luta contra a mudança climática, na qual Londres pretende ter uma liderança mundial. A notícia da nomeação de Gore, transformado em paladino do combate contra o aquecimento do planeta, coincide com a difusão de um relatório do Governo de Tony Blair sobre as desastrosas conseqüências econômicas desse fenômeno.
Com a contratação do político democrata americano, que lançou recentemente um bem-sucedido filme sobre a mudança climática, Londres pretende "vender" melhor o problema nos Estados Unidos, onde apenas alguns estados, como o da Califórnia, decidiram tomar medidas contra o problema. O chamado relatório Stern propõe uma reforma profunda do incipiente mecanismo europeu de troca de emissões de CO2.
O ministro do Tesouro britânico, Gordon Brown, proporá aos líderes dos países da União Européia (UE) reduzir em 30% as emissões de dióxido de carbono até o ano 2020 e em 60% para o ano 2050. Brown quer também envolver o mecanismo de troca de emissões a outros países ou a estados como o da Califórnia.
Em seu relatório, Stern assinala que o mundo ainda pode inverter os piores efeitos do aquecimento do planeta, embora advirta que, a menos que se adotem ações urgentes em nível internacional, as conseqüências se transformarão em irreversíveis. De acordo com Nicholas Stern, a inação nesse assunto custará à economia mundial entre 5% e 20% do Produto Interno Bruto, enquanto reduzir as emissões de CO2 agora, como propõe, representaria um custo de somente 1% do PIB.
Segundo fontes do Governo britânico, Londres ainda confia em que os Estados Unidos, principal emissor do gás considerado causador do efeito estufa, se convença da racionalidade econômica dessa luta e colabore com o resto do mundo no combate contra o aquecimento do planeta. Londres insiste em que é preciso acelerar as negociações internacionais sobre um documento que substitua ao protocolo de Kioto para a redução do efeito estufa, negociações que começarão no próximo mês no marco da ONU em Nairóbi.
(EFE, 30/10/2006)
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