Garantir a qualidade de espécies florestais nativas, de maneira que a recuperação de áreas degradadas por estas árvores seja proveniente de sementes sadias é o que vem sendo estudado por duas alunas de pós-graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).
O estudo visa a identificar fungos presentes nas sementes que afetam o desenvolvimento da planta, para verificar o efeito desses microrganismos no processo de germinação e contribuir com a preservação dessas espécies nativas, algumas enquadradas na categoria de extinção, como são os casos de nossa árvore símbolo, o ipê, e também a que dá nome ao nosso país, o pau-brasil.
As pesquisas, realizadas no laboratório de Patologia de Sementes do departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola (LEF) da ESALQ, são desenvolvidas por Tathiana Lisbôa Padulla e Luana da Silva Botelho, alunas do programa de pós-graduação em Microbiologia Agrícola. As mestrandas estão identificando e quantificando a associação de fungos com sementes de pau-brasil, ipê e aroeira, assim como seus efeitos na germinação, patogenicidade e transmissão desses fungos através das sementes.
Os resultados obtidos por Tathiana, que avalia a qualidade sanitária de sementes de pau-brasil, mostraram os sete principais fungos que atingem a espécie, sendo que dois foram considerados patogênicos, causando lesões e morte de sementes e plântulas. Já Luana, que vem trabalhando com as espécies de ipê-roxo, ipê-amarelo e aroeira, conseguiu identificar e quantificar cerca de 16 espécies de fungos. “Fica evidenciado a importância dessas pesquisas a fim de contribuir com informações para o uso e preservação dessas espécies”, diz Luana.
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USP online, 26/10/2006)