Vinte e seis trabalhadores morreram em explosões registradas em uma mina de carvão e em um tanque de petróleo, ambas na região autônoma de Xinjiang (noroeste), informou ontem a agência estatal Xinhua. O primeiro acidente aconteceu em uma mina de carvão próxima à cidade de Miquan, na Prefeitura de Shangji, quando uma explosão de gás cuja origem se desconhece sacudiu o interior da jazida.

As equipes de resgate, compostas por cerca de cem pessoas, entre elas 34 médicos, foram para o local, situado 30 quilômetros ao leste da capital regional Urumqi. A temperatura do interior da mina beirava mil graus centígrados, por isso o resgate teve que ser adiado por várias horas, até que fosse possível entrar através de um túnel de emergência.

Outros seis mineiros que estavam na entrada da jazida sofreram queimaduras em rostos e mãos, indicou um dos responsáveis da mina, que emprega a 113 trabalhadores. Cinco deles tiveram de ser internados em uma clínica local filiada à Universidade Médica de Xinjiang, mas não correm risco de morte, segundo confirmaram fontes hospitalares.

A mina, administrada pela Companhia Industrial de Química e Construção de Xingyaneng, de propriedade estatal, foi construída em 1958 e tem uma capacidade anual de produção de 120 mil toneladas de carvão. Também em Xinjiang, 12 trabalhadores morreram e outros 12 ficaram feridos na explosão do depósito de petróleo no qual trabalhavam, na cidade de Karamay, a 260 quilômetros de Urumqi.

A explosão aconteceu enquanto um grupo de 24 trabalhadores aplicava uma camada de pintura anti-séptica no interior do tanque, de 100 mil metros cúbicos de capacidade, e se originou por causa da volatilização de alguma das substâncias do líquido, informaram as autoridades.

O depósito de petróleo pertence à companhia petroquímica de Dushanzi, marca da maior petrolífera estatal China National Petroleum Corporation (CNPC). As minas chinesas são as mais perigosas do mundo, com 8.000 mortos ao ano, 6.000 deles nos poços de carvão, segundo dados oficiais, embora fontes independentes considerem que os números reais poderiam ir a 20 mil.
(EFE, 29/10/2006)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u101318.shtml