A empresa Ventos do Sul definiu que irá implantar no município de Palmares do Sul um novo parque eólico de 7,56 MW. O empreendimento é pequeno se comparado ao complexo de Osório, que a companhia está concluindo, mas é a quantidade de energia que já tem garantia de comercialização devido ao Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa).

O presidente da Ventos do Sul, Telmo Magadan, afirma que estão sendo realizados cálculos com fornecedores para estabelecer o investimento que será empregado nas obras. Estimativa da Secretaria Estadual de Energia, Minas e Comunicações aponta um investimento de cerca de US$ 10 milhões.

O empreendimento de Palmares do Sul pode ser realizado rapidamente, pois necessitará de poucos aerogeradores (cataventos). Sobre a possibilidade de o Proinfa garantir a compra de mais energia produzida pela estrutura devido à desistência de outros projetos selecionados no programa, Magadan diz que é necessário aguardar para se ter uma definição sobre o assunto.

O executivo esteve ontem no Hotel Plaza São Rafael palestrando durante a reunião-almoço da Câmara Brasil-Alemanha de Porto Alegre. O dirigente comentou sobre a finalização do complexo eólico de Osório que é subdividido em três parques: Osório, Sangradouro e Índios. No total serão instalados 75 aerogeradores, cada um de 2 MW, 135 metros de altura e 810 toneladas de peso.

O complexo eólico de Osório conta atualmente com 50 torres operando, o que equivale a uma capacidade máxima de geração de 100 MW (cerca de 3% da demanda de energia do Estado). Até o dia 30 de dezembro, o último parque (Índios) deve entrar em operação comercial, acrescentando 50 MW de capacidade. "O parque se destaca pela inovação tecnológica, energia limpa, diversificação da matriz energética e pela geração de infra-estrutura no Estado", salienta Magadan. Cerca de 60 técnicos que trabalham nos parques eólicos gaúchos realizaram treinamento na Alemanha e na Espanha.

Magadan informa que os sócios da Ventos do Sul também estudam entrar em outros negócios de energia no Rio Grande do Sul como, por exemplo, o mercado de biodiesel. No entanto, ele prefere dar mais informações sobre o assunto quando a questão estiver em uma fase mais avançada.

A Ventos do Sul é resultado de uma sociedade entre a empresa gaúcha CIP Brasil, a espanhola Enerfin Enervento (do Grupo Elecnor) e a alemã Wobben - Enercom. O investimento do grupo no parque eólico de Osório é de R$ 670 milhões, sendo 69% financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
(Jornal do Comércio, 27/10/2006)
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