O Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Sabertec, empresa de origem norte-americana que atua na área de tecnologia ambiental, divulgaram nesta quarta-feira (25/10) os resultados finais dos testes de eficiência do Filtro de Impacto para Particulados Diesel (IDPF) usados em veículos movidos à diesel.
Em julho, a Sabertec apresentou o IDPF como uma tecnologia de redução de emissão de materiais particulados (resultado de uma mistura de partículas sólidas ou líquidas suspensas no ar) por motores movidos a diesel na atmosfera.
O relatório final revelou uma redução significativa na emissão dos poluentes, com índices de até 70% de retenção do material particulado de diâmetro ≤ 2,5 micrômetros (PM 2,5). Em 2005, o PM 2,5 foi identificado pela Organização Mundial da Saúde como um dos elementos poluentes mais nocivos à saúde humana.
Diferentemente de catalisadores convencionais, o IDPF é usado em veículos movidos a diesel com altos teores de enxofre, como é o caso do diesel brasileiro e de muitos países em desenvolvimento. Além disso, o IDPF não converte o material particulado em CO2, um dos grandes causadores do Efeito Estufa e principal contribuinte para o aquecimento global.
A inalação de poluentes como o PM 2,5 podem trazer conseqüências sérias para a saúde humana, de problemas respiratórios e cardiovasculares a câncer. “O ar de São Paulo recebe anualmente cerca de 3 milhões de toneladas de poluentes, sendo 90% deles emitidos por gases dos veículos automotores”, diz Paulo Hilário Saldiva, chefe do Departamento de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP. Segundo pesquisas coordenadas por Saldiva, o aumento do nível de poluição atmosférica, que acontece principalmente no inverno, pode aumentar em até 12% o risco de morte por doenças respiratórias em dias de “pico” de contaminação do ar.
Para o engenhiro paulista Sergio Sangiovani, idealizador do projeto, o resultado significa a possibilidade de um futuro melhor: “Estamos confiantes de que isso seja apenas o começo de novos tempos, que irão melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas. O IDPF é uma possibilidade de preservar o meio ambiente e fazer com que novas gerações possam respirar um ar mais puro”, diz o engenheiro.
(Agência USP, disponível em
Envovlerde, 26/10/2006)