Ibama/RS orienta para criação comercial de animais silvestres e exóticos
2006-10-27
O Núcleo de Fauna do IBAMA/RS orienta aos interessados em
licenciar criadouros comerciais de animais silvestres (ema, capivara,
paca, cutia e aves de estimação) e exóticos (aves como cacatuas e
cervos, por exemplo) que busquem informações sobre o mercado existente
e a viabilidade econômica do negócio, antes de realizarem o
licenciamento e o investimento na infra-estrutura necessária.
Segundo o analista ambiental do Núcleo de Fauna do IBAMA/RS,
Sergei Weschenfelder, o mercado pode se mostrar restritivo às novas
ofertas de carnes consideradas exóticas, cujo valor final está muito
acima da média. Além disso, faltam matadouros habilitados, pois para
comercializar este tipo de carne para outros Estados o frigorífico tem
que passar por inspeção sanitária federal, o que acaba restringindo
ainda mais o mercado e desestimulando a manutenção da atividade.
O resultado são criadouros semi- abandonados, sem manutenção e
animais doentes, fracos e com risco de fuga para a natureza, o que é
ilegal e pode resultar em multa para o proprietário. Sergei alerta
também que estes animais dispersos irregularmente causam desequilíbrio
ecológico, pois podem espalhar doenças e competir com a fauna nativa.
Serve de alerta o que acontece com o javali. Atualmente estão
proibidos novos criadouros desta espécie exótica, justamente devido ao
grande potencial invasor. Seja através de soltura proposital ou por
inadequação dos criadouros, o Estado enfrenta hoje sérios problemas
com os javalis, que geram impactos ambientais, como destruição de
plantações e predação de animais domésticos (ovelhas cabritos e
bezerros).
Existem atualmente no Rio Grande do Sul 127 criadouros
comerciais de fauna silvestre nativa: 84 de emas, 16 de capivaras, 10
de Psitacídeos (papagaios e araras), um de tartaruga, sete de cutia e
paca, cinco de nútrias (ratão do banhado), dois de perdigão e dois de
pássaros.
Criadouros de fauna exótica entre javalis, cervos e aves
exóticas são 62. Através das vistorias realizadas este ano, estima-se
que 90% dos criadouros apresentam problemas na comercialização e
manutenção da atividade.
(Por Maria Helena Firmbach Annes, Ibama/RS, 26/10/2006)