Mudanças Climáticas agravarão diferenças na UE
2006-10-27
A união de negócios da Europa vai muito além de Kyoto ao considerar os impactos das mudanças climáticas e alerta para um corte de 75% nas emissões de gases do efeito estufa em 2050. Para eles, esta medida aliada a políticas sociais é a única maneira de minimizar os futuros impactos para os trabalhadores
Em antecipação a um documento sobre as adaptações climáticas necessárias na União Européia, esperado para o fim do ano, o Congresso Europeu da União de Negócios (ETUC) pede um corte drástico de 25% nas emissões de gases do efeito estufa em 2020 e 75% em 2050. Acompanhado devem vir medidas de proteção a população e empregos de risco.
“A ETUC se preocupa com o fato de que, até agora, a maioria dos países da União Européia não sabe qual será o verdadeiro impacto do aquecimento global em suas economias e áreas sociais. Se medidas não forem tomadas, as populações que mais sofrerão serão aquelas que já estão em desvantagem, uma situação que então causaria uma séria tensão na sociedade”, afirmam.
A parte sul da Europa sofrerá mais que o norte, já que o suprimento de água, humidade do solo e produtividade agrícola seriam afetadas. O risco de enchentes aumenta em muitas partes da costa da região e as geleiras já sofrem um rápido processo de desaparecimento. Além disso, ondas de calor e altas temperaturas mudarão os destinos turísticos.
Os integrantes da União dissem que as políticas devem tirar vantagem da maneira como os trabalhadores podem se beneficiar com as mudanças climáticas – como o uso maior de trabalho para compensar o uso menos intenso dos recursos naturais. “Muitos estudos mostram que atacar o problema global pode, em geral, ser vantajoso para o empregado”, ressalta o ETUC.
O potencial de criação de empregos nas áreas de eficiência energética, renováveis e transporte público não podem ser deixadas de lado. O ETUC recomenda que políticas de longo prazo para mercados de crédito de carbono sejam estabelecidas e, assim, as previsões de investimentos necessárias ao desenvolvimento dos setores de “baixo carbono” sejam desenvolvidas e o esquema de comércio ao redor da Europa seja harmonizado.
Segundo dados do projeto Yes2Wind, uma parceria entre WWF e Greenpeace, a Indústria eólica criaria milhares de novos empregos somente no Reino Unido. Com o suprimento de apenas 10% de eletricidade, já seriam criados cerca de 36 mil postos de trabalho.
(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil, com informações do Edie.co.uk, 26/10/2006)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=15784&iTipo=5&idioma=1