Complexo Energético Rio das Antas negocia mais R$ 200 milhões para concluir três usinas
2006-10-26
A conclusão do Complexo Energético Rio das Antas (Ceran) depende de um novo aporte do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), no valor de R$ 200 milhões. Inicialmente orçada em R$ 658
milhões, a construção das três hidrelétricas que compõem o complexo - Monte Claro, Castro Alves e 14 de Julho
- hoje é estimada pelos investidores em R$ 800 milhões. Conforme os executivos do Ceran, um aumento de custos
ambientais inesperado onerou a obra e fez a companhia recorrer novamente ao banco, que já havia emprestado
R$ 435,8 milhões em 2003. O novo aporte ainda está em negociação. No planejamento inicial, os acionistas
investiriam R$ 223 milhões. O consórcio Ceran é formado pelas empresas CPFL (65%), CEEE (30%) e Engevix (5%).
Em busca de redução de custos, os executivos da empresa pediram ontem ao governador Germano Rigotto o
aproveitamento de créditos de ICMS para aquisição de materiais como aço e cimento. A questão será analisada
pelo Conselho Estadual de Competitividade do Rio Grande do Sul (Compet-RS).
O complexo pode contar com outra fonte de recursos no futuro: os créditos de carbono. O
diretor-superintendente do Ceran, Vendolino Fischer, revela que o complexo Ceran teve uma de suas usinas
aprovadas pelo Comitê Interministerial de Mudança Global do Clima como um projeto que pode obter créditos de
carbono. A próxima etapa para conseguir esse benefício é registrar o empreendimento no comitê executivo da
ONU.
Fischer anunciou ainda que a hidrelétrica Monte Claro dobrará sua capacidade de geração de energia no próximo
mês. O acréscimo de capacidade será de 65 MW, totalizando uma capacidade de produção de 130 MW. Ao todo, as
três geradoras produzirão 360 MW, o equivalente a 10% da demanda média de energia elétrica do Rio Grande do
Sul. O Ceran fica na região Nordeste do Estado, entre os municípios de Antônio Prado, Bento Gonçalves,
Cotiporã, Flores da Cunha, Nova Pádua, Nova Roma do Sul e Veranópolis.
A hidrelétrica Castro Alves deve entrar em operação em 1 de dezembro de 2007 e a usina 14 de Julho deve gerar
energia a partir de julho de 2008. As obras empregam 2,2 mil pessoas. Após o início de operação das usinas,
o estado do Rio Grande do Sul e os sete municípios receberão, aproximadamente, R$ 3 milhões anuais, a título
de royalties. Desses recursos 50% serão destinados para o Estado e 50% para os municípios.
(Jornal do Comércio, 26/10/2006)
http://jcrs.uol.com.br/home.aspx