Greenpeace pede ao governo filipino que rejeite permissão de despejos tóxicos no país
2006-10-26
O grupo ambientalista Greenpeace pediu ontem (25/10) ao Senado filipino que rejeite o acordo bilateral assinado em 9 de setembro, que permite ao Japão despejar seus resíduos tóxicos nas Filipinas. “Este tipo de despejo tóxico legal é completamente injusto. A sua assinatura pelos Governos das Filipinas e do Japão é criminosa”, afirmou o diretor de campanhas do Greenpeace para o Sudeste Asiático, Von Hernandez. “Onde está a dignidade? Talvez sejamos um país pobre, mas não podemos estar tão desesperados”, acrescenta o dirigente da entidade.
Segundo o Greenpeace, o Acordo de Associação Econômica Japão-Filipinas permite a exportação de uma gama sem precedentes de resíduos perigosos, inclusive os destinados apenas à eliminação. A lista inclui substâncias cuja entrada no país tinha sido proibida ou regulada pelo Ministério de Meio Ambiente e Recursos Naturais.
O grupo pede em seu comunicado ao Senado que rejeite o documento. Apesar de ser um acordo executivo, ele viola outros pactos multilaterais e bilaterais assinados pelas Filipinas. A mensagem também aconselha ao Senado filipino a adesão à Rede de Ação de Basiléia (BAN), uma emenda ao Convênio de Basiléia sobre o controle do transporte internacional dos resíduos perigosos que impede o comércio de todo tipo de resíduos tóxicos, inclusive para reciclagem.
Filipinas e Japão assinaram o Convênio, mas ainda não aderiram à emenda. “A exportação de lixo tóxico é totalmente inaceitável. A postura predatória do Japão mostra sinais de imperialismo tóxico. Este acordo de comércio tóxico deve ser rescindido”, disse Hernandez.
(EFE, 26/10/2006)
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