Uma empresa neozelandesa que intermedia a compra e venda de créditos de carbono entre empresas de já triplicou seus negócios no último ano. A companhia Landcare Research administra o programa CarboNZero, cujo objetivo é fornecer certificação para organismos ou indivíduos que desejam contribuir para redução dos impactos das mudanças climáticas.

O CarboNZero faz uma ponte entre empresas que vendem créditos de carbono (como proprietárias de florestas) e empresas que compram os créditos para compensar suas emissões de dióxido de carbono. Mas pessoas físicas também podem participar do programa. Para receber a certificação de "Zero Carbono", é preciso seguir etapas de mensuração, gerenciamento e redução, mitigação e compensação das emissões de dióxido de carbono.

O assessor sênior de sustentabilidade da empresa, Ann Smith, disse que o CarboNZero processou 25 mil créditos esse ano - um grande aumento comparado com os 6 mil créditos do ano passado e os mil de quando o programa iniciou, em 2002. Parte desse crescimento é devido ao aumento do interesse por parte de grandes empresas. "O mercado está crescendo rápido agora que os créditos estão disponíveis", explica o professor Smith.

A Landcare está querendo expandir seus créditos comprando além de projetos de redução de emissões que estejam contemplados pelo Protocolo de Kyoto - semelhantes ao esquema do Conselho da cidade de Christchurch para capturar metano em aterro sanitário. O conselho vendeu os créditos desse projeto recentemente a uma companhia de gás britânica por mais de 3 milhões de dólares. Mas o mercado ainda é comparativamente pequeno - as negociações no Reino Unido cobrem cerca de 50 milhões de toneladas.

As empresas que conseguem certificação podem usar o logo do CarboNZero como Marketing. Cada crédito de carbono custa 17 dólares por tonelada de emissão de dióxido de carbono e a certificação pode cobrir toda a operação ou apenas parte do negócio (como as emissões de frotas de veículos) ou ainda um produto ou evento. A Toyota NZ foi uma das grandes companhias que aderiu ao programa recentemente. O seu pagamento anual de cerca de 35 mil a 40 mil dólares conta para todas as emissões da frota incorporada e viagens aéreas e operações. O gerente de meio ambiente Rhodes-Robinson predisse que isso teria "um impacto muito grande".
(Por Sabrina Domingos, CarbonoBrasil, 25/10/2006)
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