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2006-10-25
A Neutral do Brasil Destilaria de Álcool Neutro vai duplicar a capacidade de produção e aumentar o investimento. Poderia ser apenas reflexo de um trabalho de anos. Poderia, se ela já estivesse instalada no município. O diretor da empresa Felipe Petterle anunciou ontem (23/10) à noite a ampliação da capacidade de produção de 12,4 milhões de litros de álcool neutro para 24 milhões por ano, além do salto de 3,6 milhões para 7,2 milhões de litros por ano de álcool combustível. "Percebemos a necessidade de incrementar os números iniciais. Então, para economizar recursos, decidimos duplicar a planta antes mesmo de iniciar as obras." A previsão é de começar o trabalho no primeiro semestre de 2008.

A Neutral será a primeira do setor na Região Sul do Brasil, cuja produção será destinada a Santa Catarina, Uruguai, Argentina e Rio Grande do Sul. O Estado depende 100% do fornecimento de álcool neutro de unidades instaladas em São Paulo. Serão dois milhões de litros por mês, que vão abastecer, pelo menos, 50% do mercado gaúcho, com previsão de faturamento de R$ 60 milhões e retorno inicial - com base na expectativa de R$ 30 milhões, sem contar o anúncio de duplicação - em valor adicionado de R$ 5 milhões. Petterle garante que será uma indústria limpa, que não vai gerar passivo ambiental. "Todo o projeto obedece a critérios rígidos de segurança interna e prevenção, nos moldes de aprovação de São Paulo, referência em nível mundial no setor."

O investimento será de R$ 10 milhões - R$ 3 milhões acima da previsão inicial - na construção da planta industrial de mais de 25 mil metros quadrados, em área próxima ao Posto do Rosinha, de 35 mil metros quadrados. Do total, 80% através de recursos do Caixa RS e os 20% restantes dos investidores, que incluem a holding Di Occhi Administração e Construção Ltda.

Álcool hidratado vem de São Paulo
Os 16 milhões de litros de álcool hidratado a ser utilizados por ano serão provenientes de São Paulo. Este será "purificado" para baixos teores de impurezas. O álcool neutro é utilizado como matéria-prima por segmentos industriais, em especial farmacêuticos, cosméticos, de bebidas e outros, com possibilidade de estender para tintas, vernizes e higienização no mercado hospitalar.

Novo mercado: reaproveitamento de retalhos da lenha
Além do retorno aos cofres públicos em ICMS e empregos, a Neutral também será responsável pela geração de um novo mercado. Em razão da necessidade de abastecimento das caldeiras, serão consumidos por dia 30 metros cúbicos de subprodutos da lenha. Os retalhos que sobram depois do corte poderão render recursos para os produtores. O prefeito Ernani Althaus estima que 30% a 40% da produção do município será destinada a esta única empresa, o que corresponde a quase 7,7 mil metros cúbicos por ano.

Paverama volta a ser a Capital do Trabalho
O título de Capital do Trabalho não condizia mais com a realidade do município, dependente do setor calçadista. Com a crise dos últimos anos - concorrência chinesa, câmbio desfavorável e alta tributação -, Paverama sofreu econômica e socialmente com a redução do número de empregos. "Ao invés de exportar mão-de-obra, estávamos sem vagas para os nossos munícipes. Hoje, com a diversificação e instalação de empresas de diferentes segmentos, voltamos a honrar o título." A Neutral vai gerar mais de 300 empregos diretos e indiretos, além do incremento na produção de lenha com a abertura de um mercado inexistente.

Tapete vermelho protagoniza interesse O prefeito Ernani Althaus destaca que desde o início das negociações sempre deixou bem claro o interesse do município na atração de novos investimentos. "Temos uma obsessão por isso. Foi uma das prioridades, tanto é que instalamos a Casa do Empreendedor, iniciativa copiada de outro Estado. Estendemos um tapete vermelho imaginário para a Neutral." O diretor Abramo Antônio Mazzochi confirma ao ressaltar os motivos que levaram à escolha por Paverama. Dentre eles, a receptividade e localização estratégica. "A acolhida foi excelente por parte da Administração Municipal, que desde o primeiro contato demonstrou interesse e agiu com desenvoltura, agilidade e conhecimento de causa." Enaltece o papel e importância da Casa do Empreendedor, que, segundo ele, sintetiza a forma profissional como o município atua na atração de investimentos. Soma-se ainda aos dois pontos citados o destaque do município na produção de lenha, ferramenta necessária para abastecer as caldeiras.

O que pensam as lideranças
O presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Alberto Hartmann, enaltece a visão da administração de Ernani Althaus pela preocupação com a geração de emprego e renda. Fala da cidade hospitaleira e trabalho conjunto para o desenvolvimento. "O Legislativo é parceiro. Exemplo disso é a aprovação de todos os projetos encaminhados à Casa."

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços de Paverama, Egon Bauer, afirma que o dia 23 de outubro ficará na história do município e será um marco para o desenvolvimento da cidade. Convida os novos investidores a fazer parte da entidade que representa a classe empresarial. Enaltece ainda o trabalho da Casa do Empreendedor.

O advogado Ricardo Guimarães, que havia indicado Paverama aos empresários, fala da visão de gestor do prefeito e da dedicação e empenho da comunidade na concretização dos projetos. Para ele, a cidade só cresce quando todos trabalham irmanados.

O vice-prefeito Eldo Dickel sintetiza a alegria e satisfação estampadas nos rostos dos paveramenses e destaca a preocupação da Administração com o desenvolvimento às margens dos oito quilômetros de BR-386, em especial, das comunidades de Bom Jardim e Três Irmãos, que serão beneficiadas de forma mais direta com a destilaria.
( Informativo do Vale, 24/10/2006)

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