Recomeçam discussões sobre futuro do Teatro da OSPA
2006-10-25
Nesta terça-feira (24/10), vereadores e entidades ambientais discutiram na Câmara Municipal mais uma proposta para a sede da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA). O projeto do Executivo autoriza a concessão de uso de uma área próxima à Usina do Gasômetro para a construção de um teatro. Mas os ambientalistas são contra a iniciativa, porque abre precedente para edificações na orla do Guaíba.
O presidente da Ospa, Ivo Nesralla, diz que o local é ideal para abrigar a orquestra. “A área é altamente propícia porque permite um bom estacionamento e a construção de um palco ao ar livre”. Ele afirma que a OSPA vai entregar o lugar que ocupa na avenida Independência dentro de um mês e, por isso, o projeto tem urgência. “Estamos sem opção. Não conseguimos nem o Shopping Total nem uma área que pertence à Marinha”, lamenta.
Mas o presidente terá que enfrentar mais uma vez as entidades ambientais, que alegam falta de consciência nesta iniciativa. As ONGs Amigos da Terra e Agapan participaram da reunião e compararam o projeto com o Pontal do Estaleiro, que prevê a construção de sete prédios na beira do Guaíba no bairro Cristal. Eles dizem que os dois empreendimentos podem incentivar a construção de outros projetos “descaracterizadores e degradadores em outras áreas públicas e na orla do Guaíba”.
O funcionário da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), Maurício Fernandes de Souza, afirmou que cinco mil metros quadrados do Parque Harmonia serão disponibilizados dentro de uma área de 1,3 hectares. “O projeto deverá atender ao conceito de sustentabilidade ambiental, contemplando práticas ambientais, paisagismo com espécies nativas e reuso de água, além da promoção da qualidade de vida em área urbana”.
O presidente da Comissões de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab), Elói Guimarães (PTB), que conduziu os trabalhos, defendeu que o tema seja mais discutido e sugeriu a visita ao local previsto para a construção do prédio. Pediu também que a obra seja contextualizada com a natureza. “Não podemos construir um entulho”.
(Por Carla Ruas, Jornal JÁ, 24/10/2006)