Poluição está aumentando os custos do tratamento de água na região metropolitana
2006-10-25
A poluição dos rios está danificando a matéria-prima e aumentando os custos com o tratamento da água. O
alerta da Corsan remete à necessidade de conscientização da população, de empresas e do poder público quanto
à preservação do meio ambiente.
"O problema está no custo social. A cada dia, vemos a água que entregamos para consumo humano piorar de
qualidade", advertiu o superintendente de Tratamento da Corsan, Marinho Graff. Segundo ele, em outubro
triplicou o consumo de produtos químicos para tratamento das águas que abastecem Gravataí, Cachoeirinha e
Alvorada.
A situação nos rios da região Metropolitana vem se agravando, disse Graff. A Corsan já abandonou duas
estações de captação do Rio Gravataí, em Canoas, devido às más condições da água. "Cachoeirinha não está
longe disso. Em junho, tivemos que interromper a captação devido ao acidente ocorrido com uma empresa da
indústria química da região."
A água que o consumidor recebe em casa é tratada com sulfato de alumínio, cal hidratada e cloro. Quanto mais
baixa a qualidade, maior a necessidade do uso de permanganato de potássio e de carvão ativado, que dão
condições de uso à água. O carvão tem a maior influência sobre o aumento do custo de produção, por ser caro e
usado apenas uma vez. Em locais onde há água de boa qualidade, o custo de mil metros cúbicos é de R$ 20,00.
Em locais poluídos, sobe para R$ 120,00.
Os rios Gravataí e dos Sinos estão em situação mais crítica, avaliou Graff. "O caso do Gravataí ainda é pior,
pois recebe uma carga de despejo grande no final do percurso, onde não tem correnteza e a poluição fica
concentrada." Outro problema do rio é o uso da água para irrigar as lavouras de arroz.
(Correio do Povo, 25/10/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp