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2006-10-24
O Vale do Taquari, a partir do município, avança na produção de energias alternativas. A cidade recebe já em novembro a empresa Eco-Diesel do Brasil Indústria e Comércio de Grãos e Oleaginosas Ltda., criada para transformar grãos de soja em farelo e óleo cru para produção de biodiesel. O projeto será desenvolvido em duas fases e quatro etapas. Num primeiro momento, será implantada uma linha de moagem de soja usando o processo de extrusão e prensa. A previsão é de moer 1,5 mil toneladas por mês, com produção de 210 mil quilos de óleo de soja cru e 1,215 tonelada de farelo de soja. Este é um produto premium, já que contém 6% de matéria graxa (gordura) e, devido ao seu tratamento a seco, produz uma proteína altamente digestiva, podendo ser usado em dietas balanceadas na criação de gado de corte e leite, assim como de suínos e aves a serem consumidos no próprio município ou em cidades vizinhas. Nesta fase, para produção de 1,5 mil toneladas, será necessário o trabalho em três turnos de oito horas, com geração de, pelo menos, dez postos de trabalho direto. São R$ 950 mil em equipamentos e R$ 500 mil em capital de giro, perfazendo um investimento total de R$ 1,45 milhão, sem qualquer tipo de financiamento, utilizando apenas capital próprio.

A capacidade de produção deve atingir o auge em janeiro de 2007, quando prevê-se um faturamento bruto de R$ 800 mil por mês, sendo que a expectativa acompanha o crescimento da trituração. Nas três etapas subseqüentes - dentro desta fase - serão instaladas novas linhas de moagem completas, chegando ao final da quarta, com capacidade para beneficiar seis mil toneladas por mês. Conforme se consolida o mercado, pretende-se incorporar outra linha.

Combustível
Num segundo momento será implantada a linha de produção de biodiesel a partir de óleos vegetais, com capacidade de produção de 600 metros cúbicos por mês. O investimento nesta etapa supera os R$ 650 mil em equipamentos e R$ 150 mil em capital de giro, num total de R$ 800 mil. Com a produção de combustível a partir do óleo de soja cru produzido na primeira linha de moagem, se alcançará um faturamento adicional de R$ 100 mil por mês. Serão mais cinco empregos diretos. Neste caso, será preciso financiamento para captação de recursos externos em razão do volume necessário.

Ainda estima-se o incremento da capacidade de produção de biodiesel para mil metros cúbicos por mês. A Eco-Diesel do Brasil quer desenvolver seu trabalho em conjunto com os agricultores, beneficiando a matéria-prima e fornecendo farelo de primeira qualidade, além do biodiesel. Se compromete em utilizar 90% de sua mão-de-obra da localidade, gerando empregos e beneficiando a cidade como um todo. Ainda deverá valer-se de equipamentos produzidos por empresas da região, salvo os especiais, assim como armazenamento e manutenção destes, garantindo ainda mais desenvolvimento.

Contrapartida
A Administração apresenta hoje aos vereadores o projeto de lei que prevê a assinatura de convênio com a empresa. Pela matéria, que precisa da autorização da Câmara, fica autorizada a cessão de uso de uma área de 720 metros quadrados do prédio industrial da prefeitura, localizada na Avenida das Indústrias, na sede do município. Também deve auxiliar com R$ 80 mil para adaptações de transformador e disjuntor para atender as necessidades de energia elétrica. Como retorno, a previsão é a geração de 15 empregos e valor adicional mensal de R$ 100 mil.

Incentivo à produção de soja
A produção de soja deverá sofrer um incremento no município e região a partir da demanda necessária para o alcance do farelo e o produto cru. Além do aumento e garantia de mercado, a empresa vai favorecer a cultura de inverno e gerar renda também numa época não tão vantajosa financeiramente para o produtor. Isso porque a Eco-Diesel tem como objetivo proporcionar uma ferramenta que permita utilizar insumos produzidos na região, interagindo com pequenos e médios produtores e conseqüentemente ocasionando o desenvolvimento do município.

Para o prefeito José Luiz Cenci, trata-se do "negócio do futuro". "O Vale do Taquari será beneficiado como um todo em razão da necessidade de absorção da produção." Fala da negociação para êxito de mais este empreendimento e caracteriza a atração como um processo natural pela disponibilização de área e saturação de mercado e espaço físico na Região Metropolitana.

Por que Fazenda Vilanova?
A direção da empresa explica que foram várias pesquisas e diversas alternativas, sendo que a opção em desenvolver e realizar o projeto na cidade deve-se à influência de vários fatores, entre eles, sua localização estratégica, sendo um ponto de passagem do insumo pela rodovia que costeia Fazenda Vilanova - a BR-386. Além disso, a produção de soja registrada também somou pontos.
( Informativo do Vale, 20/10/2006)

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