O Vale do Taquari, a partir do município, avança na produção de energias alternativas. A
cidade recebe já em novembro a empresa Eco-Diesel do Brasil Indústria e Comércio de Grãos e
Oleaginosas Ltda., criada para transformar grãos de soja em farelo e óleo cru para produção
de biodiesel. O projeto será desenvolvido em duas fases e quatro etapas. Num primeiro
momento, será implantada uma linha de moagem de soja usando o processo de extrusão e prensa.
A previsão é de moer 1,5 mil toneladas por mês, com produção de 210 mil quilos de óleo de
soja cru e 1,215 tonelada de farelo de soja. Este é um produto premium, já que contém 6% de
matéria graxa (gordura) e, devido ao seu tratamento a seco, produz uma proteína altamente
digestiva, podendo ser usado em dietas balanceadas na criação de gado de corte e leite, assim
como de suínos e aves a serem consumidos no próprio município ou em cidades vizinhas. Nesta
fase, para produção de 1,5 mil toneladas, será necessário o trabalho em três turnos de oito
horas, com geração de, pelo menos, dez postos de trabalho direto. São R$ 950 mil em
equipamentos e R$ 500 mil em capital de giro, perfazendo um investimento total de R$ 1,45
milhão, sem qualquer tipo de financiamento, utilizando apenas capital próprio.
A capacidade de produção deve atingir o auge em janeiro de 2007, quando prevê-se um
faturamento bruto de R$ 800 mil por mês, sendo que a expectativa acompanha o crescimento da
trituração. Nas três etapas subseqüentes - dentro desta fase - serão instaladas novas linhas
de moagem completas, chegando ao final da quarta, com capacidade para beneficiar seis mil
toneladas por mês. Conforme se consolida o mercado, pretende-se incorporar outra linha.
Combustível
Num segundo momento será implantada a linha de produção de biodiesel a partir de óleos
vegetais, com capacidade de produção de 600 metros cúbicos por mês. O investimento nesta
etapa supera os R$ 650 mil em equipamentos e R$ 150 mil em capital de giro, num total de R$
800 mil. Com a produção de combustível a partir do óleo de soja cru produzido na primeira
linha de moagem, se alcançará um faturamento adicional de R$ 100 mil por mês. Serão mais
cinco empregos diretos. Neste caso, será preciso financiamento para captação de recursos
externos em razão do volume necessário.
Ainda estima-se o incremento da capacidade de produção de biodiesel para mil metros cúbicos
por mês. A Eco-Diesel do Brasil quer desenvolver seu trabalho em conjunto com os
agricultores, beneficiando a matéria-prima e fornecendo farelo de primeira qualidade, além do
biodiesel. Se compromete em utilizar 90% de sua mão-de-obra da localidade, gerando empregos e
beneficiando a cidade como um todo. Ainda deverá valer-se de equipamentos produzidos por
empresas da região, salvo os especiais, assim como armazenamento e manutenção destes,
garantindo ainda mais desenvolvimento.
ContrapartidaA Administração apresenta hoje aos vereadores o projeto de lei que prevê a assinatura de
convênio com a empresa. Pela matéria, que precisa da autorização da Câmara, fica autorizada a
cessão de uso de uma área de 720 metros quadrados do prédio industrial da prefeitura,
localizada na Avenida das Indústrias, na sede do município. Também deve auxiliar com R$ 80
mil para adaptações de transformador e disjuntor para atender as necessidades de energia
elétrica. Como retorno, a previsão é a geração de 15 empregos e valor adicional mensal de R$
100 mil.
Incentivo à produção de soja
A produção de soja deverá sofrer um incremento no município e região a partir da demanda
necessária para o alcance do farelo e o produto cru. Além do aumento e garantia de mercado, a
empresa vai favorecer a cultura de inverno e gerar renda também numa época não tão vantajosa
financeiramente para o produtor. Isso porque a Eco-Diesel tem como objetivo proporcionar uma
ferramenta que permita utilizar insumos produzidos na região, interagindo com pequenos e
médios produtores e conseqüentemente ocasionando o desenvolvimento do município.
Para o prefeito José Luiz Cenci, trata-se do "negócio do futuro". "O Vale do Taquari será
beneficiado como um todo em razão da necessidade de absorção da produção." Fala da negociação
para êxito de mais este empreendimento e caracteriza a atração como um processo natural pela
disponibilização de área e saturação de mercado e espaço físico na Região Metropolitana.
Por que Fazenda Vilanova?
A direção da empresa explica que foram várias pesquisas e diversas alternativas, sendo que a
opção em desenvolver e realizar o projeto na cidade deve-se à influência de vários fatores,
entre eles, sua localização estratégica, sendo um ponto de passagem do insumo pela rodovia
que costeia Fazenda Vilanova - a BR-386. Além disso, a produção de soja registrada também
somou pontos.
(
Informativo do Vale, 20/10/2006)