Ao anunciar a intenção da Petrobras de investir R$ 200 milhões em duas novas usinas de biodiesel no Estado, o
diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, afirmou que os gaúchos poderão exportar esse combustível
num futuro não muito remoto.
- Acredito que o Rio Grande do Sul será superavitário em biodiesel e poderá vender para outros Estados e
países - disse Sauer ontem ao governador Germano Rigotto.
Conforme o executivo, o preço do petróleo e a preocupação mundial com o ambiente provocaram a retomada das
energias renováveis. Além disso, biodiesel e álcool permitem conjugar produção de combustível com aumento
na oferta de alimentos.
Sauer assinou ontem (23/10) memorando de entendimentos com a Cooperbio, em Palmeira das Missões para a implantação
do projeto contemplado com o selo Combustível Social, que tem foco na agricultura familiar e garante acesso a
crédito de bancos federais e isenção de tributos. Hoje (24/10), o diretor assina com a Biopampa, em Bagé. As
cooperativas serão responsáveis pela implantação de unidades de extração de óleo - 12 na região de Palmeira e
mais 12 na de Bagé.
Esses investimentos podem chegar a cerca de R$ 70 milhões, além dos R$ 200 milhões a cargo da Petrobras e de
eventuais sócios privados. Em Bagé, o frigorífico Mercosul estuda participação no projeto, que nesse caso
utilizaria sebo de boi.
As usinas devem começar a produzir biodiesel no início de 2008, que será adquirido pela BR Distribuidora.
Conforme Romario Rossetto, presidente da Cooperbio, a regra do projeto é diversificar os cultivos.
Outro acordo entre a Petrobras e a Cooperbio prevê um projeto piloto para produção de álcool combustível a
partir de cana, mas também de mandioca e batata-doce. A estatal vai investir R$ 2,3 milhões no complexo
formado por 10 microdestilarias e uma central em Vista Alegre. Segundo os líderes cooperativistas, é
possível produzir álcool com custo de R$ 0,70 por litro - em média, mais baixo do que o obtido em São Paulo.
(
Zero Hora , 24/10/2006)