Estado pode receber usina a carvão até 2015
2006-10-23
No planejamento do Ministério de Minas e Energia consta que até 2015 mais uma usina a carvão deve ser
construída no Rio Grande do Sul. Conforme o secretário-adjunto do ministério, Francisco Wojcicki, a
perspectiva é de que seja implementada uma termelétrica de 350 MW. Hoje, um projeto como esse custaria cerca
de R$ 1 bilhão.
Jornal do Comércio - Como será a expansão do setor elétrico na região Sul nos próximos anos?
Francisco Wojcicki - O plano decenal de expansão do Ministério de Minas e Energia prevê um crescimento de 20%
na geração da região Sul. Parte desse crescimento será percebida no Rio Grande do Sul através do carvão
mineral. Isso vai ser possível a partir das usinas de Candiota e Jacuí 1, que tiveram sucesso no leilão de
energia.Também há o indicativo de que uma nova usina a carvão, de cerca de 350 MW (cerca de 10% da demanda
média do Estado), será implementada entre 2006 a 2015.
JC - Esse crescimento da participação da energia térmica poderá ser através dos projetos Seival, em Candiota,
ou CTSUL, em Cachoeira do Sul?
Wojcicki - Vai depender do leilão de energia. O governo simplesmente dá o indicativo, mas é através do leilão
que se consegue fazer a contratação efetiva.
JC - As usinas Seival e CTSUL podem gerar mais do que 350 MW ou será necessário que os investidores mudem seus
projetos?
Wojcicki - O plano decenal vai sofrer revisões a cada ano. Vamos imaginar que o PIB cresça de uma forma mais
agressiva, indicando um crescimento de carga. Obviamente, será necessário buscar mais energia e pode ser
através da geração termelétrica. Sabemos que existe um potencial muito maior, temos carvão suficiente para
muitos anos. O crescimento da energia, no Rio Grande do Sul, se dará através da viabilidade das termelétricas.
JC - O setor carbonífero espera uma participação de 5% na matriz energética brasileira até 2015. Isso é
viável?
Wojcicki - Deverá ser um porcentual um pouco menor. De 1,5%, a participação do carvão deve ir a 3%. Os
porcentuais são pequenos, mas o incremento significa dobrar o uso do carvão.
JC - Qual a perspectiva de aumento de demanda de energia na região Sul?
Wojcicki - O plano decenal prevê um aumento de 4% ao ano até 2015. A referência é um incremento de 4,2% de
PIB e de crescimento de 5,1% na demanda de energia elétrica no País.
JC - Muitos agentes do setor elétrico apontam dificuldades de fornecimento de energia a partir de 2008. Como o
ministério avalia essa questão?
Wojcicki - O ministério não trabalha com essa possibilidade. Trabalhamos com os atuais níveis de consumo e,
segundo nossos estudos, não vai haver racionamento. É claro que é necessário ficar atento para corrigir
possíveis atrasos em obras para que se tenha mais energia para suprir o mercado.
(Jornal do Comércio, 23/10/2006)
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