O Rio Grande do Sul possui o maior potencial eólico on shore, ou seja, em lagoas do país. A informação foi revelada pelo diretor técnico da Eletrosul, Ronaldo Custódio, durante o Seminário de Avaliação e Perspectivas do Potencial Energético do RS, esta semana. Na palestra, o diretor delineou o panorama sobre o potencial e perspectivas das fontes alternativas de energia no Rio Grande do Sul e no país. "Medições do atlas eólico apontam que o potencial dos ventos que sopram nas lagoas do Estado é cerca de três vezes maior do que o do Ceará", afirmou.

Custódio falou da importância e das dificuldades encontradas para a geração de energia a partir das fontes alternativas. De acordo com o diretor, o preço de venda ainda é muito alto, quando comparado com as fontes tradicionais. "Isso gera a necessidade de um programa de incentivo para buscar a viabilidade destes projetos de forma lucrativa", ressaltou.

Além do incentivo financeiro, são essenciais uma política industrial e o desenvolvimento tecnológico. "Um dos maiores desafios tecnológicos de hoje é desenvolver formas de produção de energia com baixo impacto ambiental e com custos competitivos", afirmou o diretor da estatal com sede em Florianópolis.

Para Custódio, um dos principais desafios do Brasil é manter uma política permanente de inclusão e fomento das fontes alternativas de energia. Já o Rio Grande do Sul enfrenta um desafio semelhante, que é ter uma política constante de inserção das fontes alternativas. "Além disto, também é necessário ter critério técnico na seleção dos projetos e uma política de fomento regional permanente", explicou.

O diretor avaliou que os debates sobre a utilização de projetos com fontes alternativas evoluíram muito nos últimos cinco anos. Ele ressaltou que o principal desafio destas fontes é a questão ambiental. "Podemos reduzir a emissão de CO2, um dos principais responsáveis pelo efeito estufa, em duas vezes a atual se conseguirmos aumentar em 30% a participação das fontes alternativas no mundo", destacou.

Realizado nos dias 18 e 19, o seminário de Avaliação e Perspectivas do Potencial Energético do RS debateu o desenvolvimento energético do Estado, políticas públicas para o setor e a viabilidade da implantação de novos projetos de fontes energéticas.
(Correio do Povo, 22/10/2006)
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