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2001-10-17
Porto Alegre está distante de usar energia a partir do esgoto ou de outros tipos de resíduo, ainda mais porque falta infra-estrutura na rede elétrica para que esse tipo de energia possa ser canalizado e distribuído de modo apropriado. No entanto, isso não significa que esta ou outras cidades brasileiras não tenham recebido investimentos nessa área. Segundo relatórios do Banco Mundial, datados de 1997, há 18 projetos de grande porte para tratamento de esgotos e saneamento de água no Brasil. Eles representam um total de US$ 2,27 bilhões de investimentos. O esgoto, sem dúvida, é mais problemático do que o tratamento da água, pois somente 20% da população de todas as cidades brasileiras tem acesso a esgoto devidamente tratado, segundo estatísticas do BNDES. As taxas para tratamento de água e esgoto não são tão diferentes, na comparação entre Berlim e Porto Alegre. Pelo menos não no que tange aos valores. Um cidadão de Porto Alegre paga mais ou menos de R$ 32 a R$ 34 (27 a 29 marcos, de acordo com o câmbio atual) por uma conta mensal de água, representativa do consumo médio de uma pessoa. Em Berlim, a conta média é de 27,19 marcos por pessoa, só que a composição da taxa é diferente. Ela resulta da soma da taxa básica por consumo de água potável (3,45 marcos por mil litros) e da taxa básica pelo tratamento da água da chuva (3,86 marcos por mil litros). Levando-se em conta que o consumo médio é de 124 litros por dia, isso resulta nos 27,19 marcos. Portanto, a diferença entre as taxas de ambas as ciades não está exatamente no preço, mas nos ítens de que são compostas as taxas. Em Porto Alegre, como em todo o Brasil, as pessoas não pagam para que a água pluvial seja tratada - isto está completamente fora de questão. Mas acontece na Alemanha porque é muito caro tratar a água da chuva, já que ela recebe um processamento separado do processamento do esgoto cloacal. - É por isto que muitas pessoas armazenam a água da chuva e a utilizam para irrigar jardins em vez de colocá-la de volta no sistema público de tratamento, conclui Niemann.

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