Caem em 45% os índices de focos de calor detectados no Brasil
2006-10-19
Segundo dados do Ibama gerados em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe, houve redução de mais de 45% na quantidade de focos de calor detectados de janeiro até o final de setembro deste ano, em relação a mesmo período de 2005. Mesmo nos estados campeões de ocorrência de focos de calor, o Mato Grosso e o Pará, houve significativa diminuição.
Em 20 estados e no Distrito Federal constataram-se índices inferiores. Apenas em 07 (Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe, Santa Catarina e São Paulo) houve aumento na quantidade detectada.
Na avaliação do gerente do setor de monitoramento de queimada da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama, João Antonio Raposo Pereira, a redução dos números de focos de calor indicam o resultado do esforço do Ibama em trabalhar a prevenção por meio da educação ambiental e do planejamento de ações.
Raposo explica que a preparação para o combate a incêndios leva em conta a questão cultural e a ocorrência geográfica da estação seca. “Além dos treinamentos de agricultores e assentados no uso da queima controlada, voltamos nossa atenção para as áreas críticas conforme a ocorrência do período de seca que no momento começa a se deslocar para o Pará e o Amazonas e no começo de 2007 para o Amapá e Roraima”, reforça.
Além disso, visto que a queimada sem controle está relacionada com o desmatamento ilegal, Raposo credita os resultados positivos de redução dos índices de focos de calor ao trabalho exaustivo das equipes de fiscalização em cumprir com as metas do Plano de ação para a Prevenção e Controle do desmatamento na Amazônia Legal.
O trabalho conjunto Ibama/Inpe de monitorar e minimizar o fenômeno das queimadas passou a ser feito a partir de 1998 com o surgimento do - Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal - Proarco, dando ênfase particular à Amazônia. O Inpe gera as imagens, o Ibama processa, filtra as informações e elabora relatórios que orientam as ações de combate a incêndios. Todo o país e grande parte da América do Sul são cobertos pelas imagens, utilizando-se recepções das estações do INPE em Cachoeira Paulista, SP e de Cuiabá, MT.
Os focos de calor são detectados por meio de imagens produzidas por ocasião da passagem dos satélites meteorológicos NOAA, GOES e Terra e Aqua, no final da noite, quando o risco de falsas detecções é menor. Cada foco de calor indica um ponto de alta temperatura que é associado à ocorrência de incêndios ou queimadas.
(Por Kézia Macedo, Ibama, 18/10/2006)
http://www.ibama.gov.br/novo_ibama/paginas/materia.php?id_arq=4569