Celulares obsoletos: cuidado com esse novo tipo de lixo
2006-10-18
As Nações Unidas vão propor um acordo global para reciclagem do celular, em reunião no dia 27 de novembro em Nairobi. No Brasil, a tendência é de que o destino dos aparelhos descartados também seja regulamentada por lei, diz o secretário de qualidade ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Victor Zveibil.
Com tecnologias cada vez mais avançadas e funções antes impensáveis para um aparelho de telefone, o celular há muito tempo deixou de ser apenas um meio de comunicação - virou acessório de moda, câmera fotográfica, mídia para assistir vídeos ou para jogar o último game da moda. O brasileiro aderiu ao celular e, segundo a Anatel, em agosto passado o país atingiu a marca de 94,9 milhões - ou 50 aparelhos por grupo de 100 habitantes.
Quem não tem pelo menos um telefone celular "velho", esquecido na gaveta? O que fazer com o lixo que começa a se acumular nas casas e escritórios é uma pergunta ainda sem resposta no Brasil. Sem a obrigatoriedade legal de tratar do descarte de celulares, fabricantes e operadoras limitam-se a aplicar aos telefones a mesma política que permeia a reciclagem de pilhas e baterias (essa sim, regulamentada pela Resolução nº 257/99 do Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Mas a tendência é de que o destino dos aparelhos descartados também seja regulamentada por lei, segundo o secretário de qualidade ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Victor Zveibil.
A Samsung, segundo sua assessoria de imprensa, orienta preventivamente seus clientes a procurarem sempre um posto autorizado para que o aparelho seja recolhido e encaminhado para o processo de descarte apropriado. A empresa não informa, porém, em que consiste esse "descarte apropriado".
Alguns consumidores já descobriram, porém, que a entrega na loja autorizada nem sempre garante o "descarte apropriado". Ao trocar o modelo de seu aparelho, uma consumidora - revelou ao jornal Valor Econômico - que buscou informações e decidiu levar o antigo à loja autorizada. Voltou para casa com a sensação de dever cumprido.
Passados alguns meses, porém, surpreendeu-se com o telefonema de um terceiro que comprou seu aparelho velho na loja e queria autorização para a transferência.
(Jornal do Meio Ambiente, com informações do Valor Econômico, 18/10/2006)
http://www.jornaldomeioambiente.com.br/JMA-index_noticias.asp?id=11389