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2006-10-18
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sinalizou ontem (17) que o governo brasileiro está atento para enfrentar eventuais investidas de estrangeiros no domínio da floresta amazônica. “A Amazônia não está à venda. Nós termos um mecanismo correto e adequado, e o estamos apresentando, a partir de nossa soberania, dos nossos esforços, de nossas tecnologias já criadas, para combater o desmatamento”. A previsão da ministra é de que este ano ocorra uma redução de 11% na taxa de desmatamento da Amazônia. No período 2004-2005, houve um decréscimo de 32%.

Marina Silva deu as declarações após reunir-se com o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, em São Paulo. No encontro a ministra pediu o apoio do norte-americano, que está envolvido com as questões de preservação ambiental, à proposta brasileira a ser apresentada em novembro próximo na 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudanças Climáticas (COP12), em Nairóbi, no Quênia, África.

A título de colaboração com a preocupação mundial de combate aos gases que levam ao aquecimento da temperatura no globo terrestre, o chamado efeito estufa, o Brasil vai propor “a criação de um mecanismo de incentivo positivo para países em desenvolvimento que reduzirem seus índices de desmatamento, como o Brasil”.

A idéia é compensar os países que reduzirem os poluentes na atmosfera com uma ajuda financeira ou tecnológica por parte dos países ricos. Um esboço dessa sugestão já foi submetido aos países signatários da convenção em um workshop técnico, realizado em Roma, no último mês de agosto.

De acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente, a proposta não prevê obrigações futuras e pode se tornar uma alternativa para viabilizar o apoio dos países desenvolvidos à conservação das florestas tropicais.

Além do incentivo sugerido, a ministra mostrou a Al Gore que o governo brasileiro quer “esvaziar também o discurso daqueles que querem “ajudar” se dispondo a comprar terras na Amazônia”.

Al Gore não deu entrevista, mas conforme o relato de Marina Silva, “ele reagiu muito bem” à proposta apresentada.

A ministra demonstrou ainda que o Brasil têm obtido êxito em sua política ambiental, não só no que se refere ao combate ao desmatamento, mas no desenvolvimento de alternativas aos combustíveis fósseis. “Estamos oferecendo ao mundo novas tecnologias sobre os biocombustíveis e temos uma matriz energética limpa, que atinge a 45% da oferta, e se falarmos apenas da energia elétrica, este percentual sobe para 81%”, ressaltou.
(Por Marli Moreira, Agência Brasil, 17/10/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/10/17/materia.2006-10-17.4001889977

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