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2006-10-18
Uma alternativa ecológica para reduzir a exploração de madeira e o desperdício de plástico tem sido colocada em prática no município de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, a 180 quilômetros da capital paulista. A Fazenda da Esperança produz 70 toneladas de madeira plástica por ano. É um material reciclado, com cor e textura similares às de madeira natural. A fazenda é local de tratamento de dependentes de drogas e de álcool.

O trabalho, seja na fábrica de madeira plástica seja em outras atividades, como agricultura e reciclagem, faz parte da terapia para a recuperação.

O projeto tem apoio de empresas do Vale do Paraíba, próximas à cidade. “Utilizamos resíduos plásticos daquilo que é rejeitado pelo controle de qualidade de algumas empresas, como a Pilkington, a Johnson e a Basf”, diz Friedrich Bastarz, gerente industrial de uma das unidades da Fazenda da Esperança. A máquina utilizada para produzir as tábuas de madeira plástica é um protótipo doado pelo governo da Alemanha em 1995. A reciclagem do plástico evita a poluição e reduz a ameaça de desmatamento.

O material é resistente à água e não sofre desgaste pela exposição ao clima nem agressões externas, como cupim. Além disso, não há necessidade de ser impermeabilizado com produtos químicos. Para Mário Neres, ex-dependente químico, o fato de a fazenda reciclar tudo aquilo que é lixo, que é entulho para grandes cidades, tem a ver com o que acontece com os integrantes do projeto. “Aqui, nós nos transformamos e nos tornamos úteis para a sociedade.”

Hastes flexíveis de algodão, garrafas PET, cabos de escovas de dente e pigmentos para plástico são fornecidos para o processamento e transformados em bancos, cercas, mesas e quiosques. “Antes, esse material ia para aterro sanitário, poluindo o solo”, diz Pedro Luiz Caetano, coordenador do processo de reciclagem da Johnson & Johnson. O impacto ambiental de descartar o plástico corresponde a 200 anos de decomposição.

Apesar da postura ecologicamente correta, as empresas têm vantagens com a iniciativa. “Não temos mais de gastar com aterro. Doar esse material é um trabalho social, ambiental e econômico”, explica.

A madeira plástica é cerca de 20% mais cara que a madeira comum. O interesse em comprar esse composto depende da consciência ambiental e da necessidade por um produto que seja mais resistente. Segundo Rebeca Lerer, coordenadora do projeto Cidade Amiga da Amazônia, ligado ao Greenpeace, “durante a serragem da madeira natural, há um desperdício de cerca de 40%”. Isso não ocorre com a madeira plástica, conta Pedro Luiz Pinto, operador da máquina que molda tábuas de madeira plástica. “Tudo se reaproveita. A própria água usada no processo é reutilizada para regar o jardim e até a sobra dos cortes é derretida e transformada.”

Para o tratamento de antigos drogados existem 32 Fazendas da Esperança no Brasil, na Alemanha, nas Filipinas e no Paraguai. Só na unidade de Guaratinguetá são atendidos cerca de 300 dependentes químicos. O ganho ambiental se reflete na vida dos que estão envolvidos com as atividades de recuperação, tanto material quanto humana. Para Vladimir de Souza, um dos beneficiados por esse programa, “a preservação do meio ambiente começa com a reciclagem do ser humano”.
(Por Beatriz Borges, O Estado de S. Paulo, 17/10/2006)
http://www.estado.com.br/editorias/2006/10/17/ger-1.93.7.20061017.14.1.xml

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