Projeto vai monitorar 60 rios de Londrina (PR)
2006-10-18
Uma iniciativa da Câmara Técnica de Meio Ambiente do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal), que agora ganha apoio do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Consemma) e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), vai começar a monitorar e mapear a qualidade da água em 60 pontos de rios da região de Londrina.
“Com essas informações, será possível acompanhar como é a qualidade das águas que chegam e saem do rio Tibagi, o principal da nossa bacia. A partir disto poderemos propor ações educativas e de combate à poluição”, explica o presidente do conselho e diretor do Ceal, Fernando Barros.
Equipes do laboratório Sebraq, também parceiro do projeto, vão coletar as águas, que posteriormente serão analisadas no IAP e classificadas segundo o Índice de Qualidade da Água (IQA), que é um critério criado nos Estados Unidos. “São nove indicadores - Ph, coliformes, níveis de nitrogênio, fostatos e outros. Depois, os dados serão organizados em uma tabela classificatória através de um sistema de notas e cores”, afirma.
De acordo com o professor do curso de engenharia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Nelson Amanthea, o objetivo é traduzir esses resultados do IQA para as cores, facilitando o acesso ao cidadão, que poderá monitorar essas águas. “Digamos que a água muito ruim será mapeada com a cor vermelha, a muito boa com a verde e assim vai”, orienta. Ele e os professores Fernando Fernandes e Valmir de França integram a equipe e devem formalizar uma parceria entre a UEL e o projeto do Ceal e Consemma.
Todos os dados organizados serão disponibilizados mês a mês através de uma página na internet. “Os meios de comunicação também deverão receber e divulgar essas informações para que a população tenha conhecimento da qualidade da água que circula pela nossa região”, acrescenta Barros.
Amanthea ressalta que, com os dados organizados, será possível mapear a região e, através de geoprocessamento, identificar indústrias e outras atividades potencialmente poluidoras. “Essa iniciativa poderá ser um piloto que, se der certo, tem condições de ser implantada em outras regiões do Estado”, afirma.
Ele destaca que o projeto está em fase de finalização e que deverá se constituir como um processo dinâmico, podendo sofrer pequenas alterações de acordo com cada realidade de pesquisa. “O nosso maior trabalho, na verdade, será a gestão de tudo isto, porque tecnicamente temos capacitação”, garante.
Barros afirma ainda que será necessário buscar apoio financeiro para que a atividade seja perene. “Hoje contamos com a colaboração de cada órgão, mas precisamos ter uma fonte de financiamento para que estas atividades não parem. A idéia é lançar os primeiras dados já no próximo mês e não parar mais de monitorar”, planeja.
(Por Guilherme Borges, Folha de Londrina, 17/10/2006)
http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=18313LINKCHMdt=20061017