Incêndio consome Serra do Tabuleiro (SC)
2006-10-18
Um incêndio que começou por volta do meio-dia de ontem consumiu sete hectares de uma área de preservação permanente no entorno do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Palhoça, na Grande Florianópolis. O fogo destruiu completamente a vegetação de restinga numa faixa equivalente a quase dez campos de futebol junto do acesso à praia do Sonho, entre a BR-101 e a baixada do Massiambu.
Duas equipes da Polícia Ambiental e uma do Corpo de Bombeiros de Palhoça trabalharam duas horas no combate ao fogo, que se espalhou rápido devido ao forte vento Sul. O incêndio foi controlado em torno das 14 horas e os policiais mantiveram rondas durante a tarde para evitar o ressurgimento de focos.
A Polícia Ambiental investiga a causa do fogo. De acordo com o capitão Antônio de Melo Júnior, ainda não é possível dizer se o incêndio foi resultado de um acidente ou provocado intencionamente, o que caracterizaria crime ambiental. "Infelizmente, ultimamente têm ocorrido muitos incêndios dentro do parque e na área do entorno, a maioria criminosa, mas é muito difícil averiguar quem são os responsáveis", disse o capitão Melo. "Além de atuar na fiscalização, fazemos um trabalho de educação ambiental na região para evitar queimadas, mas há uma cultura entre a população local de queimar o mato para abrir espaço para pastagens", disse o policial.
O tempo seco tem contribuído para aumentar a ocorrência de incêndios no parque e entorno. De acordo com o coordenador do centro de visitantes do parque, Luiz Pimenta, ocorreram pelo menos dez focos nos últimos dois meses. "Alguns são acidentais, mas a maioria é criminosa", confirmou Pimenta. "Há desde pessoas que entram no parque e jogam uma ponta acesa de cigarro no chão até moradores que criam gado e põem fogo no mato para fazer pastagem", explicou. De acordo com Pimenta, nunca houve um número tão grande de incêndios num curto espaço de tempo.
O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro é a maior unidade de conservação de Santa Catarina. Com uma área equivalente a 1% do território do Estado e terras em nove municípios, o parque protege um conjunto variado de vegetação e de animais. A Mata Atlântica, que cobre a maior parte do parque, protege mananciais que fornecem água potável para quase toda a Grande Florianópolis, inclusive a região central da Capital. "Esses incêndios dificultam a regeneração da mata e provocam a morte de pequenos animais, que não conseguem escapar do fogo", disse Pimenta.
(Por Carlito Costa, 18/10/2006)
http://an.uol.com.br/2006/out/18/0ger.jsp