Transposição gera Incerteza sobre capacidade dos reservatórios
2006-10-17
Para lideranças econômicas e políticas paraibanas, o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco terá de se tornar realidade, mesmo que seja por força das necessidades. As carências de abastecimento d´água em várias regiões do Estado são graves, e mesmo que as adutoras sejam instaladas, o insumo principal, a água a ser canalizada, continuará a ser um grave problema, pois os atuais mananciais acabarão não suportando uma demanda tão ampla e crescente.
O que acontece em municípios do Compartimento da Borborema espelha o que ocorre também em outras regiões da Paraíba e até de outros Estados do Nordeste. Municípios como Lagoa Seca, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, entre outros, sempre atravessaram graves problemas devido à falta de abastecimento d´água adequado. Instalar novas adutoras a partir do Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), por exemplo, é considerado um paliativo, devido às futuras possibilidades de desabastecimento. A transposição de águas do Rio São Francisco seria um elemento fundamental no abastecimento permanente desses reservatórios d´água e a conseqüente transferência do líquido para as cidades e regiões, cujas comunidades e atividades produtivas estão cada vez mais a necessitar deste fundamental insumo - a água.
Para se ter uma idéia da riqueza regional que ocorreria com a perenização de rios, logo a partir da região polarizada por Sousa, cujas várzeas já produzem variadas frutas, notadamente um coco realmente de qualidade, para o presidente do Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias no Estado da Paraíba, Francisco José Bernardino, daí em diante haveria um melhor planejamento na produção agrícola e agroindustrial, num prazo de pelo menos 15 ou 20 anos, pois tendo a certeza de se ter a água, também há a certeza de elevada obtenção do produto. A região além de possuir um dos melhores solos do país, conta também com uma das maiores insolações (luminosidade) do mundo. Dessa forma seriam produzidos em maior quantidade, e estabilidade na produção, os melhores e mais saborosos frutos em termos de teor de açúcar, disse Francisco Bernardino.
(Jornal da Paraíba, 16/10/2006)
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