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emissões de co2
2001-10-16
Richard E. Benedick, representante oficial dos Estados Unidos no Fórum Europeu sobre Mudança Climática e Sustentabilidade, que se encerrou no início de outubro, em Potsdam, na Alemanha, confirmou, no final de uma das sessões, que os Estados Unidos, de fato, não apenas não irão ratificar o Protocolo de Kyoto como estão apostando fortemente na derrota do acordo. Depois de ouvir a exposição do diretor-geral de Pesquisas da Comissão Européia, Christian Patermann, que garantiu que a UE está investindo muito mais do que os Estados Unidos em pesquisas climáticas, desde 1980, Benedick não se conteve e fez uma longa intervenção contra-argumentando a posição de Patermann. Depois do encontro, ele detalhou algumas questões sobre o que pensa e pretende fazer o governo norte-americano para combater as mudanças climáticas. Ambiente JÁ - Por que os Estados Unidos não irâo ratificar o Protocolo de Kyoto? Benedick - Os Estados Unidos veêm no Protocolo de Kyoto um grande equívoco, foi um grande erro termos assinado esse acordo, e certamente não iremos ratificá-lo. Ele é algo político e apenas vem ao encontro dos interesses europeus. Um dos grandes problemas é que, de acordo com o protocolo, o ano base de redução das emissões de gases estufa é 1990. Nesse ano, as emissões dos dois grandes poluidores da Europa, a Alemanha e a Inglaterra, estavam drasticamente baixas. A Alemanha estava recém se reunificando, sua economia estava parcialmente estagnada (pelo menos na parte da República Democrática), e a Ingaterra estava sob os efeitos da política da ex-primeira-ministra Margareth Thatcher. Ela praticamente desmantelou as minas de carvão, nos anos 80, e adotou uma politica de substituição dessa fonte energética por gás natural, o que baixou muito as emissões. Mas elas voltaram a subir, tanto na Alemanha quanto na Inglaterra, portanto nós achamos injusto que o ano base de redução continue sendo 1990, como está no acordo. Hoje, sete ou oito países que estão na bolha de emissões da Comunidade Européia estão com emissões bem mais altas do que no início da década passada. Isso aconteceu também com a ex-URSS, cuja economia estava em colapso, no início dos anos 90, mas agora está se recuperando. Dois terços do Senado norte-americano estão contra a ratificação e provavelmente essa posição será mantida. Ambiente JÁ - Sem ratificar o protocolo, qual a estratégia dos Estados Unidos para combater as mudanças climáticas? Benedick - A opinião pública pensa que a população norte-americana não se importa com o problema do clima. Mas isso não é verdade. Nós achamos que é possível haver uma redução de 60% a 80% das emissões de gases que causam o efeito estufa em todos os países, e não apenas uma redução de 5,2% (que caiu para 2,5% na última conferência da ONU sobre o tema, em Bonn, no último mês de julho). Nós acreditamos que isso é possível apenas usando tecnologias que já existem, na área de energia, por exemplo. E não é necessário injetar muito dinheiro para atingir esse objetivo. Estamos usando energia eólica na Califórnia, por exemplo, e carros com sistema híbridos que emitem menos poluentes. Aqui na Europa se fala muito em energias renováveis, mas as estatísticas mostram que, de 1987 a 1997, os investimentos nessa área caíram. E os executivos europeus não dão o exemplo quanto ao uso desse tipo de energia. Nós achamos que o governo, as autoridades, as lideranças devem começar dando o exemplo, dirigindo carros híbridos, com célula de combustível...mas o que vemos? Vemos os executivos e as lideranças com o último modelo de Mercedes, BMW, mas sem as tecnologias limpas. Ambiente JÁ - Mas, na prática, o que mais os Estados Unidos estão fazendo, em termos de avanços tecnológicos, para emitir menos poluentes? O que a mídia vê é uma grande crise energética no país... Benedick - De fato, enfrentamos uma crise energética e nossas emissões aumentaram porque nossa economia também cresceu muito nos últimos anos. Só que isso não ocorreu devido a relação entre o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e o dos gastos energéticos. Isso ocorreu porque a população norte-americana está crescendo, graças à maior liberalização da nossa política de imigrações. Nós precisamos ser mais eficientes em nossos gastos energéticos, e o setor de transportes pode contribuir para isso. Mas há outras tecnologias, como a de microturbinas (processadores bioquímicos), que podem ser usadas. A Academia Nacional de Ciências está trabalhando muito nesta área. Ambiente JÁ - Há poucos dias foi licenciada mais uma usina nuclear modelo Westinghouse nos Estados Unidos. O país vai continuar investindo neste tipo de produção energética? Benedick - Sim, este tipo de tecnologia está melhorando, está ficando mais seguro. Há determinados tipos de reatores com os quais o risco de acidente é praticamente zero. Mas nós vamos combinar esta tecnologia com várias outras, a eólica, a solar etc. Ambiente JÁ - O senhor acredita que a venda e a compra de emissões é um mecanismo eficiente para reduzir as emissões de CO2, por exemplo? Benedick - Eu acredito que isso só funciona entre países vizinhos e que têm um mesmo nível de desenvolvimento econômico e tecnológico, mas não é algo realista quando se trata de relação entre um país mais desenvolvido com outro menos desenvolvido. O comércio de emissões, em grande parte dos casos, é apenas comércio de papel, funciona como commodity. Mas acho que o Clean Development Mechanism (CDM - instrumento previsto no protocolo de Kyoto pelo qual países com altos níveis de emissões de gases estufa podem abater sua quota de gases realizando projetos ambientais que reduzam emissões em países menos desenvolvidos) é algo que deve ser incentivado, e um exemplo disso são os chamados poços de carbono.

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