Os 32 municípios do Vale do Sinos são apontados como grandes contribuintes do desastre ecológico ocorrido com a mortandade de peixes. "A falta de saneamento básico transformou o Rio dos Sinos em uma cloaca", lamentou ontem (16/10) o presidente da Fepam, Antenor Ferrari. Segundo ele, todas as prefeituras lançam dejetos no rio e no arroio Portão. Ferrari exemplificou que, em São Leopoldo, apenas 20% dos efluentes sanitários são tratados. "Há também empresas que descartam seus efluentes nas águas do Sinos e, comprovada a existência de irregularidades, serão responsabilizadas", assegurou. Ferrari ressaltou que, até a noite de ontem, os técnicos da Fepam identificaram empresas com equipamentos em desacordo com o autorizado no licenciamento ambiental. Outras duas indústrias estão sob investigação.

O resultado das apurações sobre o acidente ambiental será conhecido na quinta-feira. Ontem, o assunto foi tema de reuniões e amanhã haverá audiência pública na Câmara de Novo Hamburgo, das 9h às 12h. De acordo com o diretor técnico da Fepam, Jackson Müller, houve a elaboração de um plano de ação e alerta. "Intensificaremos o monitoramento e a fiscalização", enfatizou. A Polícia Civil de Sapucaia do Sul, que investiga o caso, recebeu ontem relatório elaborado pela organização não-governamental Instituto Martin Pescador com o testemunho de pessoas que estiveram no local e com denúncias recebidas.
(Correio do Povo, 17/10/2006)
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