A Corsan está utilizando uma medida quatro vezes maior de produtos químicos na água captada no rio Gravataí a fim de garantir a qualidade do líquido que chega às torneiras e abastece 1 milhão de pessoas. O motivo é a turbidez do rio, situação agravada nos últimos 15 dias e que levou secretários municipais, Brigada Ambiental, Fundação Municipal de Meio Ambiente de Gravataí, ambientalistas e arrozeiros a se reunirem na tarde de ontem (16/10) e formarem um grupo-tarefa para buscar solução para o problema.

A primeira ação, marcada para quarta-feira, será a fiscalização das propriedades, no trecho entre Viamão e Santo Antônio da Patrulha, considerado o ponto mais crítico. O Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) também se comprometeu a realizar reuniões nessa região para tratar do assunto diretamente com os plantadores.

A turbidez é resultado do lançamento de água sem tratamento proveniente de propriedades onde se pratica o cultivo de arroz pré-germinado. Isso é consenso entre aqueles que participaram da reunião de ontem. No entanto, há divergências sobre a área onde ocorre o lançamento de água não tratada e as medidas a serem adotadas. As autoridades e os ambientalistas se mostram preocupados com a qualidade da água que abastece as cidades e a manutenção da vida aquática.

Os representantes de produtores presentes ao encontro se mostraram apreensivos com as providências a serem adotadas. O trecho mais preocupante tem aproximadamente 10 quilômetros de extensão do rio, onde estão instalados arrozeiros. "É pelo tipo de solo que aqui ocorre turbidez e é só lodo. Em Santa Catarina não há isso", resumiu o produtor e vice-presidente do Sindicato Rural, Maurício Barcellos.

"Os produtores estão fazendo má gestão da técnica", afirmou o diretor-presidente da Fundação Municipal de Meio Ambiente de Gravataí, Paulo Müller, que defende a imediata suspensão de lançamento da água das plantações no rio Gravataí.
(Correio do Povo, 17/10/2006)
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