Realizado projeto etnobotânico na FLONA de Canela
2006-10-17
Com o objetivo de realizar um inventário das espécies de
plantas com potencial medicinal na região da Floresta Nacional de
Canela e um reconhecimento das práticas de cura, que possibilitem a
reprodução do seu uso terapêutico pela população, está sendo realizado
um projeto etnoboânico na serra gaúcha. Aprovado pela Fundação de
Apoio à Pesquisa no Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), o projeto
tem parceria com a EMATER/ASCAR, FEEVALE, UERGS e IBAMA/RS.A
coordenação da equipe do IBAMA está sob responsabilidade do analista
ambiental Raul Paixão e do chefe da FLONA, Ewerton Ferraz e com o
apoio do Núcleo de Educação Ambiental (NEA).
De acordo com o chefe do NEA/RS, Gustavo Mahler, além de
levantar dados sobre as espécies de plantas de potencial medicinal na
região, o projeto busca aproximação com a comunidade do entorno, e
desta com o trabalho desenvolvido naquela unidade de conservação.
?Buscamos maior interação e diálogo entre os conhecimentos popular e
científico sobre o uso das plantas medicinais, ampliando as
possibilidades de uso da FLONA, explica Mahler.
Segundo a tecnóloga em Meio Ambiente e estagiária da UERGS,
Patrícia Pinheiro desde o início do projeto, em junho de 2006 até
agora, já foram identificadas 180 espécies cultivadas e nativas, com
potencial fitoterápico dentro da FLONA e no seu entorno.
Na primeira etapa, uma equipe multidisciplinar realizou
entrevistas com cerca de 90 famílias da comunidade sobre a utilização
das espécies na região em forma de chás, emplastros e temperos, entre
outros. Um segundo levantamento, mais detalhado, será realizado e
seus resultados apresentados à população na forma de oficinas.
O projeto ainda está definindo o potencial de utilização
comercial destas plantas através da produção de sabonetes, chás e
artesanato ? com possibilidade de gerar renda, mas principalmente, com
a finalidade de valorizar e preservar a flora nativa e a reprodução do
conhecimento popular daquela região com possibilidade de ser estendido
às outras FLONAS do Estado.
(Por Maria Helena Firmbach Annes, Ibama,
13/10/2006)