Pescadores da Vila de Itapuã, em Viamão, se reuniram no sábado (14/10) para exigir de
órgãos ambientais uma solução para a seca do arroio onde seus barcos ficam atracados.
Segundo eles, há uma semana as embarcações estão impossibilitadas de navegar, pois não há
água suficiente para os barcos se deslocarem.
- Dependemos da pesca e esse arroio é a única saída dos barcos para o Guaíba - disse o
presidente da Associação dos Pescadores da Praia da Pedreira, Maureci Carvalho.
O grupo reivindica uma retroescavadeira à Fepam, para remover a terra que encalhou suas
embarcações. Também cobra uma atitude da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema),
responsável por 10 quilômetros de área no entorno do Parque de Itapuã, onde fica o arroio.
A causa da seca seria o mexilhão-dourado, molusco que matou boa parte da vegetação de
juncos no local. As plantas são conhecidas por barrar o avanço de areia na água. Os
pescadores têm o apoio da prefeitura de Viamão.
Contraponto
O que diz Jackson Müller, diretor-técnico da Fepam
Vamos deslocar amanhã (hoje, 16/10) uma equipe de técnicos da Divisão de Mineração e da
Divisão de Biologia para identificar qual fenômeno pode estar ocasionando a movimentação de
areia no local. No entanto, existe um grupo de trabalho formado por Fepam, Ibama e Fundação
Zoobotânica que já está analisando como o mexilhão-dourado chegou ao Estado, em que pontos
do Guaíba, dos rios Jacuí e Caí e da Lagoa dos Patos o molusco está instalado e quais os
efeitos que ele está causando.
(
Zero
Hora, 16/10/2006)