Preservar meio ambiente ajuda a reduzir custos operacionais
2006-10-16
O empresário tem duas opções em relação ao meio ambiente. Ou continua do jeito que está hoje, com um futuro completamente incerto, ou tenta viver em conformidade com as leis da natureza e continuar no mercado de forma permanente. A proposta é do norte-americano Anthony Cortese, doutor em saúde ambiental pela Universidade de Harvard, que proferiu, nesta sexta-feira (13/10), a palestra “Reengenharia empresarial para aumentar os lucros com a legislação ambiental”, durante o XII Encontro Internacional de Empreendedores, que terminou em Cuiabá (MT) neste sábado (14/10).
Segundo ele, o objetivo maior do empresário é obter sucesso. Por isso, vai procurar a melhor forma para o seu negócio prosperar. “Mas, se ele, empresário, é inteligente, a presença da legislação vai obrigá-lo a repensar o seu negócio, porque vai custar dinheiro proteger o meio ambiente, caso não faça isso agora. Na verdade, a legislação é apenas uma forma de dizer que a natureza lhe fornece todos os recursos e serviços que faz com que o seu negócio seja viável”, diz.
Ele cita exemplos de empresas que adotaram a prática de aumentar os lucros utilizando os caminhos da legislação ambiental. “A Xérox está economizando anualmente US$ 1 bilhão por meio da reciclagem de antigas copiadoras em novas máquinas”, diz, citando também o exemplo da Gilette, que eliminou, em todo o mundo, 97% de todas as descargas de esgoto com um esquema rígido de produção que economizou bilhões de dólares no custo do tratamento.
Cortese é otimista com relação ao respeito à natureza no futuro. “Não há outra saída. A forma com que as empresas operam é mais importante do que como vendem os seus produtos. Em 2003, a Sony perdeu US$ 100 milhões, porque a bateria de um brinquedo que estava tentando vender na Europa pouco antes do Natal continha mercúrio. Seus concorrentes encontraram uma alternativa ao mercúrio”, citou mais um exemplo.
Resumindo, ele afirma que a legislação ambiental é criada para que os negócios operem em harmonia com os ciclos da natureza e, conseqüentemente, protejam a saúde. “Quando vista dessa maneira pelas grandes e pequenas empresas, o ambiente legal pode ser uma fonte de inovação nos negócios que as farão mais fortes e sustentáveis”, concluiu Anthony Cortese, que também é presidente da Second Nature, ONG que atua em políticas ambientais sustentáveis em várias partes do mundo.
(Por Jairo Pitolé Sant´Ana, Agência de Notícias Sebrae, 13/10/2006)
http://asn.interjornal.com.br/site/noticia.kmf?noticia=5337011&canal=206