Fepam recolheu 85 toneladas de animais mortos durante 6 dias no Rio dos Sinos
2006-10-16
A Fepam concluiu ontem (13/10) a retirada dos peixes mortos no Rio dos Sinos. Nos seis dias de trabalho foram recolhidas
85 toneladas de 12 espécies. Os mangotes, que serviram para evitar que os peixes descessem o rio em direção ao Delta do
Jacuí, também foram retirados. Técnicos da Fundação devem voltar ao Sinos somente na próxima segunda-feira para dar
continuidade ao monitoramento da água, que ainda está com o nível de oxigênio muito baixo. Mesmo assim, ontem, já foram
observados alguns cardumes nadando rio acima, inclusive no local onde se concentrou a mortandade, na divisa de São Leopoldo
com Sapucaia do Sul, na foz do arroio Portão. "Notamos que a água do rio começou a correr, o que já não acontecia desde
segunda-feira", explica Jackson Müller, diretor técnico da Fepam.
Ontem, técnicos percorreram o rio a partir de Campo Bom e coletaram amostras de água para análise. Uma empresa de São
Leopoldo foi autuada por lançar no rio efluentes sem tratamento.
Na próxima segunda-feira, o governador Germano Rigotto assinará decreto criando grupo de trabalho para analisar
profundamente o desastre ambiental. Conforme o presidente da Fepam, Antenor Ferrari, a intenção é formar uma comissão para
verificar as possibilidades de intervenção nas bacias do Sinos e do Gravataí. Ferrari assinou portaria determinando a
redução em 30% da quantidade de efluentes lançados pelas indústrias na sub-bacia do arroio Portão.
Três peritos do Instituto Geral de Perícias, por solicitação da Defesa Civil do Estado, passaram a integrar o grupo que
apura o desastre ambiental. Informações preliminares sobre a investigação poderão ser divulgadas na próxima semana.
Dirigentes do Instituto Martim Pescador, ONG com sede em São Leopoldo, acreditam que a recuperação total do Rio dos Sinos
levará cinco anos.
(Correio do Povo, 14/10/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp