Plano Estadual de Recursos Hídricos quer regular o uso da água no Estado
2006-10-13
O impacto da estiagem na economia do Estado no ano passado, quando a quebra da safra foi de 70%, somado aos
problemas de fornecimento de água em algumas regiões gaúchas servem de alerta oara a necessidade de
disciplinar a utilização do insumo pela agricultura, indústrias e saneamento. Com esse objetivo, a Secretaria
Estadual do Meio Ambiente (Sema) está elaborando o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH), que deve
ficar pronto até o final de 2007.
Segundo o coordeandor do projeto, Paulo Renato Paim, é preciso regulamentar o consumo para garantir a
disponibilidade no futuro. "O Estado precisa crescer social e economicamente, mas não temos água para isso",
adverte. A intenção é reunir representas dos agricultores, indústrias e empresas públicas de saneamento para
que se chegue a um acordo. Paim diz que a irrigação de lavouras responde por 70% do consumo de água, seguida
pelas atividades industriais (23%) e saneamento (7%).
A proporção de recursos hídricos utilizada pela agricultura reflete também o tamanho da dependência da
atividade em relação ao volume de chuvas. Para o especialista, isso demostra o quanto o investimento em novas
tecnologias de irrigação é fundamental para reduzir a vinculação entre o tamanho da colheita e as estatíticas
das precipitações em cada ano.
No caso do setor primário, Paim acredita que é fundamental a adoção de novas tecnologias, como a aplicação de
novos métodos e processos que busquem a economia dos recursos naturais como é o caso do plantio direto.
Paim explica que o plano deve identificar os problemas e a disponibilidade de água em cada região do Estado,
confrontando o que se precisa e o que se tem. A idéia é contar com o comprometimento de produtores rurais e
estatais de fornecimento de água e indútrias, para que sejam adotadas medidas coletivas. De acordo com Paim,
as indústrias já apresentam avanços na busca pelo uso racional do insumo. Por outro lado, o setor de
saneamento ainda carece de investimentos na modernização. "Uma companhia de ága desperdiça em média de 40% a
60% do volume que trata", lamenta.
O plano deve ser elaborado em trÊs linhas de trabalho. A primeira com programas permanentes, o que inclui o
plano estadual de irrigação. A segunda é a de medidas emergenciais, que estabelece estratégias de ação em
casa do estiagem. Já a terceira é a recuperação dos problemas atuais, com o desmatamento das matas ciliares.
Depois de concluído, o plano deverá ser convertido em lei, com diretrizes para os próximos 20 anos.
(Por João Guedes, Jornal do Comércio, 13/10/2006)
http://jcrs.uol.com.br/home.aspx