Sobrevôo identifica pontos de agressões à mata atlântica no ES
2006-10-13
Começou nesta quarta-feira (11/10) o primeiro sobrevôo da fiscalização de 2006/2007 da vegetação nativa no Espírito Santo. Conhecida por técnicos como a região 5, serão sobrevoados os municípios de Vitória, Serra, Santa Leopoldina, Fundão e partes das localidades de Cariacica, Santa Teresa, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Aracruz e Ibiraçu.
Os sobrevôos estavam programados para começar no meio do ano, mas atrasaram devido à necessidade de fechamento de convênios e a demora no repasse de recursos em decorrência do período eleitoral. Portanto, ainda não é possível prever quando se encerrará a fiscalização.
A ação faz parte do Plano Integrado de Fiscalização e Monitoramento, elaborado pelo Projeto Corredores Ecológicos, e tem por objetivo proteger os recursos naturais do Espírito Santo, por meio do controle das atividades com potencial degradador ou poluidor. Com o sobrevôo, é possível observar a dimensão de pontos de degradação, muitas vezes invisíveis aos trabalhos em terra.
Cada vôo é composto por cinco agentes fiscalizadores, com piloto e co-piloto do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAer), e um técnico de cada instituição - Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e Polícia Ambiental. Antes da decolagem, é definido quem ficará responsável por cada atividade, como capturar os pontos com GPS, e fotografar o dano e registrar em um formulário o tipo de agressão relacionando com as coordenadas, para que as equipes em terra possam fazer a fiscalização.
Na fiscalização feita no ano passado, 944 pontos de degradação foram encontrados no Espírito Santo. Na prática, estes pontos se desdobraram em 1069 pontos de degradação, depois de feitas as análises terrestres. De 2004 para 2005, os pontos de degradação praticamente dobraram e a expectativa dos técnicos é que o mesmo não ocorra este ano.
Lideram as agressões à mata atlântica as atividades geradas por mineração e desmatamentos. As queimadas, lixões, barragens e extrações de areia também foram responsáveis pela degradação encontrada no Estado no ano passado.
A partir de 2006, os sobrevôos de fiscalização da mata atlântica estão programados para começar na segunda quinzena de fevereiro. Mas para isso, as autoridades do governo do Estado terão que definir a disponibilidade para liberação da aeronave e das horas de vôo.
A fiscalização é parte de um trabalho integrado entre o Idaf, Iema, Polícia Ambiental e o Ministério Público Estadual (MPE).
No Espírito Santo, restam apenas 7% da mata atlântica. O Estado perdeu 1,19% de sua vegetação nativa entre 1995 a 2000, e a devastação continua intensa.
(Por Flávia Bernardes, Século Diário – ES, 11/10/2006)
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2006/outubro/11/noticiario/meio_ambiente/11_10_09.asp