O aquecimento global e o derretimento das calotas polares vêm provocando nos últimos 40 anos, alterações na costa litorânea do Rio Grande do Sul. É o que foi constatado em um levantamento realizado pelo Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica, do Instituto de Geociências da UFRGS (CECO), desde 1975 e que ainda está em fase de conclusão. Segundo o Diretor do CECO, Sérgio Dillenburg, apesar de os dados ainda não serem conclusivos, é possível afirmar que o litoral do Estado sofre alterações evidentes, como a elevação do nível do mar, provocada pela pelo aquecimento global e pelo derretimento das calotas polares do planeta. Ele explica que esses fatores são as prováveis causas, por exemplo, do forte processo de erosão que a costa litorânea vem sofrendo nos últimos anos. O nível médio global de elevação do nível do mar é de 1,5 milímetros por ano, enquanto no Rio Grande do Sul a elevação verificada foi de 1,2 milímetros/ano. O aumento da incidência de tempestades, também provocadas pelo aquecimento global, é outra provável causa do processo de desertificação sofrido pelo litoral. Há ainda, segundo Dillenburg, outro fator apontado como causa dessas erosões, que é a entorsão geológica do período Quaternário. A influência do Quaternário está sendo discutido desde ontem (15) no VIII Congresso da Abequa - Associação Brasileira de Estudos do Quaternário no Balneário Mariluz, no município de Imbé (120 KM de Porto Alegre).