Governo vai flexibilizar normas para madeireiros
2006-10-13
Representantes do governo federal e do setor empresarial florestal tiveram, ontem, mais uma rodada de conversa para tratar da regulamentação da exploração madeireira. Enquanto o representante do Ministério do Meio Ambiente (MMA) fala em flexibilização de normas que podem facilitar a vida dos empresários, o representante destes afirma que, por enquanto, tudo não passa de mais uma intenção.
O encontro foi realizado na sede da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), entre a diretoria da Associação das Indústrias Exportadores de Madeira (Aimex), empresários do setor florestal, representantes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério do Meio Ambiente. Um dos pontos da pauta foi a criação do distrito florestal de Carajás, o segundo no Pará.
Segundo o secretário de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável do MMA, Gilney Viana, a área de 8,5 milhões de hectares destinada ao reflorestamento trará benefícios para o setor produtivo, porque terá uma infra-estrutura que garantirá a legalidade da madeira extraída. Também será positivo porque reduzirá a pressão das indústrias minerárias que dependem da queima de madeira.
O secretário afirma que o segundo distrito - o primeiro foi o da área da BR-163 - está demorando a sair porque o acordo tem exigido muito diálogo. Por causa desses percalços, também não se faz previsão de quando será assinado o decreto presidencial que altera algumas normas de exploração dos recursos naturais.
A demora é o que faz o diretor executivo da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (Aimex), Justiniano Netto, a encarar a reunião de ontem como mais uma já que o decreto vem sendo anunciado desde o início do ano. Para ele, o problema do setor ainda reside nas deficiências infra-estruturais dos órgãos públicos para agilizar os processos e implantar, de fato as ações previstas em papel.
“Não há senso de urgência, prioridade para se estimular o desenvolvimento da Amazônia. Hoje (ontem) foram apresentadas intenções. O distrito da 163 foi criado em fevereiro, mas ainda não saiu do papel. No Ibama tem uma pessoa pra treinar o DOF (Documento de Origem Florestal) em todo o Pará”, criticou.
(O Liberal – PA, 11/10/2006)
www.oliberal.com.br