Syngenta é acusada novamente por plantio ilegal de transgênicos no PR
2006-10-13
A multinacional Syngenta tem um histórico muito complicado em relação ao respeito ao meio ambiente e à saúde humana. A afirmação é de Maria Rita Reis, da coordenação jurídica da Organização Não-Governamental (ONG) Terra de Direitos. A entidade entrou com uma ação criminal recentemente contra a empresa por causa do plantio de sementes geneticamente modificadas, ou seja, transgênicas, no Parque Nacional do Iguaçu (PR), área de preservação ambiental. Esta prática é proibida pela Lei de Biossegurança nacional. O Ministério Público tem até o dia 19 deste mês para oferecer a denúncia criminal contra os acusados.
A sede da Syngenta fica na Suíça, onde é proibido o plantio e consumo de transgênicos. Por isso, a empresa opta pela produção destas sementes no Brasil e em outros países da América Latina, segundo Maria Rita.
"A Syngenta tem um histórico muito complicado em relação ao atendimento de normas ambientais e à saúde humana. Em 2004, descobriram que a empresa comercializava há dois anos nos Estados Unidos, uma variedade de milho transgênico que não tinha sido liberado para consumo humano. Este milho foi comercializado nos EUA e exportado para a Europa. Além disso, a Syngenta tem campos experimentais de milho transgênico no Brasil e a situação destes locais não é adequadamente fiscalizada pelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e são autorizados pela CTNBio [Comissão Técnica Nacional de Biossegurança] sem se considerar as necessidades de proteção contra a contaminação."
Em março deste ano o Ibama multou a Syngenta em R$ 1 milhão pelo plantio ilegal na região. A empresa, que teve em 2005 um faturamento de mais de R$ 21 bilhões, ignorou o pagamento da multa. Além do valor a ser pago, a pena para o crime é de um a quatro anos de prisão para os responsáveis, e até mesmo a suspensão total das atividades da empresa.
(Por Nina Fideles, Agência Notícias do Planalto, 10/10/2006)
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